Samuel Ponsoni conversou com Fabiano Rios (Absolute) – 27/jun/20 – e Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com Duda Rocha, da Occam, e Fernando Ulrich da Liberta Investimentos (25/jun/20)
Stockpickers #56
Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com Duda Rocha, da Occam, e Fernando Ulrich da Liberta Investimentos. Ulrich participou no Stockpickers #40 (aqui). Duda participou no #31 (aqui) #44 (aqui) episódio bônus (aqui) e #19 (aqui)
Ulrich comentou que possui um podcast chamado Almoço Grátis, de segunda a quinta feira (sexta ele faz reunião)
IBOV
Brasil estava em um processo de retomada econômica, mas crise veio e tudo desandou.
Segundo Fernando, mercado não está tão otimista quanto estava em fevereiro, mas está desprezando problema da pandemia. Duda lembra que a história pode ser ruim, mas é necessário jogar capítulo por capítulo e talvez no que estamos agora é um capítulo positivo.
Fernando lembrou que muita gente fica desesperada com fim dos mercados, apostou tudo em ouro e perdeu um bom rally
Sim, crise irá ter fim. A pergunta é quando irá acabar. Todo mundo fala que 1 ano no valuation das empresas não é relevante, mas se a crise durar mais de 1 ano haverá piora. Na minha visão pessoal o que fez a queda das bolsas não foi só a expectativa de 2020 perdido, e sim a uma taxa maior de desconto
Ulrich entende que no curto prazo chance da bolsa subir é maior que cair. Ulrich fica um pouco preocupado pois todos gestores estão expostos à bolsa americana
Occam está com inflação e PIB abaixo do consenso de mercado (PIB -10%)
Macro
Estávamos no final do ciclo de crescimento global e a expectativa era um pouso suave. O que estamos tendo é um pouso forçado por causa do coronavirus
É melhor ter um final horroroso que um horror sem fim
Com juros baixos, as pessoas toleram um prazo maior para o investimento se pagar
Duda lembra que é importante não perpetuar uma tendência: todo mundo achava que bolsa subiria para sempre em fevereiro, que dólar subiria para sempre em abril e agora todo mundo acha que juros irá cair para sempre.
Duda está mais otimista com bolsa hoje que estava em janeiro.
Hiroshima veio, mas não deveremos ter Nagasaki. Uma segunda onda não deve ocorrer.
Estamos nos anos 20?
Duda comentou que nos anos 10 tivemos Primeira Guerra Mundial e pandemia. Após tivemos anos de forte geração de valor, o que depois culminou com a crise de 1929.
Se estamos nos anos 20, há 9 anos até a crise chegar.
Hoje não há bolha no mercado americano nem no brasileiro
Duda está bastante pessimista com Europa, mas lembra que não se discute fim da moeda euro
Atualmente -> EUA já virou a página e deve voltar ao crescimento; Brasil tem seus desafios e precisa superar o fiscal e a eleição
TINA
Estamos vendo uma migração para equities no mundo inteiro pois não há alternativa (TINA – there is no alternative)
Seleção do Duda
Goleiro -> VALE
Zagueiro -> EQTL, CESP
Lateral -> MGLU, B3
Ataque/meio -> GNDI, AAPL, MSFT, VISA, MSCD, XP, BPAC
Mais da metade do portfolio está fora do Brasil
Duda entende que vão pagar prêmio por crescimento e focar na velocidade de se transformar
Olhando globalmente, MGLU e B3 são players que competem de igual para igual com todos
Quando chega a bolha?
Olhe temas globais e se eles são sustentáveis ou não
Outliers #6
Samuel Ponsoni conversou com Fabiano Rios (Absolute)
Histórico
Fabiano nasceu em Uberaba e veio para São Paulo para fazer faculdade. Começou direito e administração ao mesmo tempo, mas acabou se formando apenas em administração na FGV
Começou trabalhando no CCF, depois recebeu proposta de estágio no BBM, BBA e Santander. Decidiu ir para o Santander (1996)
Olhava macro e como que setores iriam performar. Arbitrava ADRs e ações listadas no Brasil, futuros x ações e eventos de M&A
Ficou no Santander até 2007, depois foi para o Merrill Lynch. Passou a crise de 2008 no Merrill e quis fazer outra coisa. Havia o problema de largar emprego e ir para uma asset pois ganhava bem e teria de tomar muito risco.
No momento em que ele queria tomar risco (2008), muita gente não queria tomar risco. Acabou indo para a Claritas, tocando Claritas Absolute e o Macro Institucional.
Em 2012 a Claritas foi comprada e ele decidiu sair. Ou criava uma asset nova ou ia para outra asset. Se não desse certo a asset nova, era mais fácil ir para uma asset já existente depois. O contrário não era tão fácil
Principais crises
Collor: tinha 13 anos e lembra bem do ocorrido
2008: estava no Merrill, no olho do furacão
2001: 11/setembro -> operando enquanto aviões se chocavam nas Torres Gêmeas
Erros
O que muita gente esquece é que deve se lembrar que riscos de cauda existem e, dado que eles existem, como se proteger deles.
Gestora
Se chama Absolute por se preocupar com retorno absoluto.
É bom se posicionar long/short e também decidir em não ter posição
Toda posição tem um dono, pois quando a posição dá dinheiro todo mundo é dono e quando perde ninguém é dono. No fundo macro muita gente tem risco mas Fabiano consolida
No fundo de arbitragem basicamente Fabiano toma risco
Na parte de ações há uma equipe mais independente
Diferencial Absolute?
Não conhece outros fundos para opinar, apenas sabe que busca assimetrias positivas, disciplina e consistência nos fundos
Primeiro debate cenário macro, depois tenta entender como que isso reflete nos preços e depois como se posicionar
Entender como consenso está se comportando.
Fundo previdência/hedge -> meta CDI + 5% (vol 5% supondo Sharpe 1) e Vertex CDI +10% (vol 10% supondo Sharpe 1)
Tamanho da posição -> depende de quanto aceita perder
Arbitragem
Fundo arbitragem -> preço está atualmente descolado e uma hora volta ao normal. O grosso da exposição é via M&A, relação de troca de empresas como ocorreu entre Suzano e Fibria
Fabiano entende que existe oportunidade pois chega a um momento que oportunidade de ganho é de 3 – 4%, rentabilidade que as pessoas que investem em renda variável não possuem interesse. Diferença da Absolute para outros fundos de arbitragem é que usam muitos M&A fora do Brasil, já que aqui há poucos eventos de M&A
Fundo que gosta
Ibiuna
Clique aqui para ler sobre o Outliers #5 com Fabio Spinola e aqui para ler sobre Stockpickers #55 sobre ESG
Um comentário em “Stockpickers #56 e Outliers #6”