Falaram sobre inflação, juros e bolsa
MMKR #5
Renato Santiago e Thiago Salomão conversaram com Rodrigo Azevedo (Ibiúna) sobre inflação
É um problema no mundo e no Brasil, mas o mundo está desacostumado com isso. EUA não via inflação tão alta há 40 anos.
Volta da inflação é um problema grande para o mundo, a pergunta é como Bancos Centrais irão se portar
Anos 90 -> vários países criaram meta de inflação
Tendencias estruturais para queda da inflação: (i) demográfico -> pessoas mais velhas -> disponibilidade de força de trabalho; (ii) tecnologia e maior produtividade; (iii) globalização -> China entrou na OMC em 2001/02 -> reduziu custos globalmente
Algumas dessas forças começaram a se reverter + resposta enérgica dos Bancos Centrais em relação a covid (cadeias produtivas focaram em segurança da entrega e não só custo). Teve restrição de oferta (pós covid) e muito estímulo. Inflação surgiu e ficou muito forte.
Quando a inflação é choque de oferta, é de fato temporário. O problema é o impacto secundário, não o primário em si.
Covid -> ficaram preocupados quando teve o primeiro caso em Londres. Por ser um centro financeiro entendiam que as bolsas iriam sofrer
Juros sempre subindo ou caindo, quase nunca parados. Entenderam que juros iriam cair e apostar na queda. Depois quando juro bateu 2% no Brasil, viram que não caía mais. Então o próximo movimento seria de alta.
Entendem que juros devem permanecer altos por mais tempo que mercado precifica (nos EUA).
No Brasil demora 12 – 18 meses para mudança do patamar de juros impactar na economia real. Em economias desenvolvidas demora uns 2 – 3 anos. Não tem fórmula de quanto subir de juros para derrubar a inflação.
Política monetária contracionista mas política fiscal expansionista aqui no Brasil, o que complica a efetividade da taxa de juros.
Brasil 2023
É pouco provável subir juros em 2023
Ninguém tem incentivo a criar o caos no primeiro ano de eleição
Brasil tem inflação muito indexada, criando outro desafio
Como ver se um país é estruturalmente inflacionário
Em geral a raiz da inflação é um problema fiscal. Em última instancia você imprime dinheiro
País aberto -> importa inflação do resto do mundo (que é baixa). País fechado (como Brasil) não tem isso e não consegue “importar” inflação
Contas externas -> quando gasta mais dólares que gera, acaba gerando inflação
Desafios atuais
Globalização -> está mudando de cara
Transição de matriz energética -> escassez de fontes de energia por um tempo
Dívidas de países ficou alta
Se Bancos Centrais não agirem rápido, podem perder controle da inflação
Política monetária é uma gestão de risco, precisa decidir o quanto subir. Trabalhar com cenários e quais riscos quer correr ao subir muito rápido ou mais devagar os juros. Rodrigo entende que é melhor subir mais do que esperar. Houve crise nos EUA (e no mundo) na década de 80 por demorarem a subir juros.
Compra/vende
Juros de emergentes -> fora
Juros de países desenvolvidos -> tomado
Dólar -> comprado
Bolsa -> zerado ou vendido
Livro que não vale a pena ler
MMKR #6
Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com Claudio Coppola (R&C) e José Raymundo Faria Jr (Wagner Investimentos) sobre dólar
Já falaram com Claudio 2x
Wagner tem um algoritmo proprietário para estimar preço dos ativos (como dólar).
Jun/22 -> Claudio ganhou dinheiro comprado em dólar e vendido em S&P
Tudo o que Lula teria vontade de fazer quando eleito, Bolsonaro fez -> risco Brasil subiu
Aonde ganha dinheiro grande é no longo prazo. Ajuste pontual é no dia a dia
Lula ganhando eleição -> dólar sobe
Fed subir juros -> dólar sobe
Inflação brasileira surpreendendo para cima -> dólar sobe
Todo gestor precisa construir um cenário. Existe um risco de economia americana piorar
Faria olhou CPI de agosto/21 e ficou muito pessimista -> percebeu que inflação americana não era transitória
Fed de Atlanta -> mostra sticky prices -> ativos que são mais difíceis de cair
Fed inevitavelmente vai passar juros de 4% e entendem que juros nos EUA vão ficar altos por mais tempo
Se commodities caem, headline CPI pode cair. Se Fed aceitar inflação de 5%, não vai cortar juros. Faria entende que Fed deveria subir mais
Desemprego não está aumentando, o que não ajuda inflação a cair
Eleições
Teremos terceiro turno -> vitória pode não ser aceita pelo perdedor.
Não se ve Lula na rua
Não importa o próximo presidente, Brasil vai sofrer
Não vai ter ruptura em si, mas vai ter barulho/turbulência
Lula precisa indicar o ministro da Fazenda o mais cedo possível
Estão criando vários pisos salariais -> muita empresa vai quebrar ou contratar algo por fora
Precisa ter reajuste de servidor público
Se commodities caírem -> Brasil arrecada menos, que combinado com mais gastos -> vai dar problema
Fundos da R&C
Fundo que está aberto para captação tem volatilidade entre 10% e 15%, indústria gira em torno de 5% e 10%
Cota diária é ruim pois alguns clientes ficam reclamando de quedas eventuais
Traçar cenário, entender quanto quer ganhar em cada posição
Saber conviver com a perda
Precisa entender que eventuais perdas são apenas uma fase
Livros para não ler
MMKR3 #7
Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com João Braga (Encore) e Luis Alves (Versa) sobre bolsa
Melhor maneira de preservar é alocar em ativos reais
Encore tem book quant
Stuba fez Hedge com 42 anos, Braga fez Encore com 40 anos
Versa nasceu na GTI
Luis Alves ganhou dinheiro com LCAM
Apostou em HGTX e AMAR
Construção de carteira
Versa faz long/short direcional. Decidiu sair de short de single names e passou a fazer short em BOVA11
As vezes ficam muito comprados. 280% comprados, 180% vendidos
Não querem fazer opção com perda ilimitada por já tomarem muito risco
Só fazem hedge quando dá para ganhar nas 2 pontas
Hoje possuem hedge no S&P para zerar beta da carteira
Luis acha que vai dar uma cagada de fora. Se não vier dia do juízo final, IBOV sobe mais que S&P
Braga não gosta de pulverizar carteira, gosta de ter posições grandes. Única posição grande hoje é ELET
Long bias -> long igual, fica mexendo no short; 70% comprador é o neutro
Ativos
MELI vai sobreviver, captou 1 bilhão de dólares facilmente
Precisa entender os ciclos
Se tem muita coisa barata, não faz sentido concentrar. Pois você gosta de tudo
Preços atuais da bolsa estão no low dos múltiplos
Vale a pena estudar o desconto de liquidez. Caiu pois alguém vendeu e machucou papel. Entender o balanço da empresa.
Gringo
Hoje o carry trade faz sentido para o gringo
Gringo já botou 80 bilhões de reais este ano
Quando GA está comprando, precisa prestar atenção. Vários estratégicos comprando vários ativos listados na bolsa por estarem muito baratos
Braga entende que notícia ruim não consegue mais derrubar a bolsa
FOMU
Fear of matearily underperforming
Tem gente que compra só para não ficar para ficar para trás
LCAM
Luis comprou em 2014. É uma “operação bancária”, pois gira o carro
Empresa começou a corrigir a operação, Patria entrou na empresa e em algum momento a companhia iria sair. Teve muita agregação de valor na empresa
Hoje ve que LCAM não tem Valuation muito interessante
Braga acredita no upside da fusão LCAM + RENT
AMAR
Estava passando por processo de repaginação
Hoje ela vende metade por m2 do que vendia em 2015, precisa fazer esse catch up
Passou a ser mais assertiva na coleção
Convicção x performance do ativo
Luis vai comprando mais se papel não para de cair. Só para de comprar de tese passa a dar errado
ELET
TIR de IPCA + 15%
3 caixas: commodities, atacantes (PETZ, TOTS, RENT, MELI) e defensiva (ELET, AURE, EQTL, ENGI, VIVA, HYPE). Braga só tem petróleo em commodities por ter medo com China
Vittia
Faz defensivo biológico -> muito difícil de replicar. Precisa usar a biologia local, muito difícil escalar. Melhor o biológico que defensivo químico
Frase
O lucro nessa fase do ciclo não importa
Ibovespa não é a bolsa, existe premio de risco para estar no equity
Livros para não ler