Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com Luis Nunes da Forpus e com Tio Huli e Pedro Chermont
Thiago Salomão convidou Tio Huli e Pedro Chermont (Leblon) para discutir sobre os ensinamentos de Warren Buffett.
5 pontos sobre o Warren Buffett
Círculo de competência -> os 10 maiores ativos da Berkshire são de setores que ele conhece profundamente: setor financeiro e consumo
Placar interno -> assim como todo mundo, ele perdeu dinheiro nessa crise. Mas somando a renda fixa com a parte em ações ele caiu menos que o S&P
Pensamento de longo prazo -> não ficar desesperado em ganhar dinheiro no curto prazo
Stockpicking -> não comprar qualquer coisa, comprar o que sabe
Gerenciamento de liquidez -> foi muito criticado por ter caixa relevante e agora é se beneficia
Pedro Chermont completa que o mundo mudou bastante e antes era um diferencial fazer fluxo de caixa descontado. Hoje todo mundo sabe fazer, não é mais um diferencial. É necessário entender as pessoas por trás do negócio, pois você está na prática deixando o seu dinheiro com elas
“você não pode supor que se você fizer a mesma coisa que todos fazem vai resultado diferente ao longo do tempo”
Sempre somos superconfiantes, sempre achamos que somos melhores que os outros.
Intelectualmente falando, é melhor focar em um grupo de ativos restritos e saber bem eles do que tentar saber um pouco de cada coisa e ficar perdido
O diferencial que a Leblon procurou ter é foco
A ideia do Buffett é bastante simples, a dificuldade é se manter fiel à filosofia dele (por ficar desesperado com ganhos no curto prazo): paciência, simplicidade, focar no longo prazo e não fazer o que você não faria
Mercado é uma máquina de transferir dinheiro do impaciente para o paciente
Se o seu imóvel tivesse um valor de tela e ele caísse 25%, você venderia ele ou esperaria? Com ações é algo parecido. É necessário ter sangue frio e paciência no longo prazo. Estamos passando por um mar turbulento hoje, mas em algum momento ele deve arrefecer.
Investidor pessoa física
O grande trunfo é não ter de dar explicações para ninguém, pode ter paciência em aguardar um tempo até que a tese seja bem sucedida
Desafio do value investor
Não ficar desesperado com curto prazo, se manter alheio ao barulho
Buffett avisou que não pretende ficar no primeiro decil de fundos que mais performaram no ano e sim no segundo ou terceiro. Se mantendo no segundo/terceiro decil de maneira consistente, você acaba galgando o primeiro decil de maneira “automática” (pois muitos que entregam no curto prazo acabam devolvendo no médio prazo).
A proposta do value investor no final do dia é preservar capital e obter retornos de acordo com o perfil de cada investidor
Taxa de desconto
Chermont procura retorno acima da taxa livre de risco do Brasil: NTN + prêmio. O prêmio seria 4% se ativo é bom e 6% se ativo não é bom. E não mudou com o prêmio com a crise recente, sente conforto em receber pelo menos 4% ao ano todo ano.
Ele lembra que beta fala muito sobre passado e pouco sobre o futuro
Desafios Buffett no Brasil
A governança corporativa no Brasil era muito ruim e melhorou com a Lei das S.A.
Nos EUA as empresas são em sua maioria Corporation e aqui no Brasil são empresas com controlador definido, então há às vezes um descasamento entre o que o controlador quer e o que o minoritário quer
Como que será Berkshire com saída de Buffet?
Já estão discutindo há uns 5 anos, mas Chermont lembra que será difícil replicar o temperamento dele. Investir em papeis óbvios e ser contrarian de vez em quando
Carteira Leblon
Zeraram VVAR por entender que a probabilidade de execução do plano de negócio caiu bastante
5 principais papeis representam mais de 50% da carteira: B3SA, SUZB, BRFS, RAIL e BBAS
Antifrágeis -> B3SA, SUZB, BRFS, RAIL
Case “frágil” -> BBAS -> entende que é o banco mais blindado dos 3 estatais. Primeiro governo deveria usar Caixa e BNDES. Depois é que tentaria usar BBAS
Conhecimento jurídico
Além de saber o valuation é importante saber a lei. É importante saber as regras do jogo antes de jogar o jogo
É necessário entender a Lei das S.A. e o estatudo da empresa
Fazem análise top down, escolhem 4 – 5 setores para ficarem comprados e 1 para ficar vendido; mas não deixam o mesmo peso em todas ações do setor, escolhem uma ou outra que deve performar melhor
A posição é 130% comprado e 30% vendido, exposição bruta é 160%
Mar/15
Criaram a carteira que performaria caso o Brasil fosse mal, por se preocupar com a preservação de capital: KLBN, SUZB, EMBR
O que faria a carteira dar errado? Brasil dar certo. Decidiram então comprar call de PETR/BBAS (empresas que mais andaram quando Marina estava forte nas pesquisas)
A proposta da opção é proteger a carteira, nunca usar ela. Você compra a proteção para se proteger de algo que não está vendo. Esteja sempre incomodado.
Não descubra o gatilho, descubra o efeito
Gastam em torno de 4.5% a 5% por ano com seguro
Mar/16
Acabou surgindo o consenso de que Dilma iria cair. A carteira de ações caiu, mas a de opções subiu muito
Entenderam de que haveria mudança, trocaram bastante a carteira e focando em large caps (andam mais rápido e é aonde o gringo entra)
Procure sempre entender onde está a fragilidade da carteira e proteja ela
Bolsa subiu 15% em 2018 mas foi basicamente no mês de outubro. É importante ficar posicionado
Dez/18
Divide a bolsa entre mundo lá fora e mercado local.
Estava muito exposto em mercado local, mas quando viu que economia global estava arrefecendo e S&P estava nas highs, decidiu mudar.
A guerra comercial China x EUA foi o estopim: China desvalorizou a moeda, levando outras moedas de emergentes a se desvalorizarem também
Alocação
Se você está dormindo mal, reduza alocação
Se você está dormindo bem, aumente a alocação
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Um comentário em “Stockpickers #47.1 e #47.6”