Sector Pickers #7

Brunno Donadio (Equitas) e Bruna Pezzin (XP) discutiram sobre o setor de shoppings

Ativos

Bruna acompanha as empresas MULT/IGTA/CCPR/BRML. Possui recomendação neutra para MULT e compra para IGTA/CCPR/BRML, sendo IGTA a top pick

A empresa preferida do Brunno também é IGTA

A justificativa é o papel está em valuation atrativo, possui ativos dominantes e portfolio de qualidade alta, mesmo que há muita incerteza no curto prazo

Bruna gosta também de CCP por ter uma maior concentração em laje corporativa e boa qualidade de inquilinos

Não temos trigger de curto prazo, a não ser volta da NTNB.

Pela sua característica de conseguir passar (ao menos) inflação nos seus contratos, costumam comparar rentabilidade de shoppings com NTNB. Obviamente shoppings precisam negociar a um prêmio da NTNB por ser mais arriscado

Equitas gosta de observar os grandes ciclos, não o barulho do dia a dia

Shopping fechado

Ele deixa de faturar e ainda arca com o G&A da companhia. Brunno estima que IGTA tenha algo como 40 MM BRL/ano de G&A

E lembra que manter o shopping é responsabilidade do condômino.

Nas contas do Brunno, se tirar 1 ano do valuation do shopping há perda de 5% do valor dele (grande parte do valor da companhia está na perpetuidade)

Mas como o Stuhlberger comentou, boa parte da queda foi devido ao maior risco associado ao Brasil.

Brunno conversou com alguns players e adimplência dos boletos foi superior a 85% (inadimplência foi abaixo de 15%). No meu entendimento o grande desafio será o próximo boleto (em maio), pois o faturamento do mês de abril foi muito fraco.

Brasil x EUA

Brasil possui uma penetração de shopping menor que os EUA: 70 metros quadrados de ABL por mil habitantes contra 2.2 mil metros quadrados de ABL por mil habitantes

O problema é que estamos tendo fechamento de alguns shoppings nos EUA e, com o advento do ecommerce, poderemos não ter a demanda por shopping que tínhamos alguns anos atrás

Os shoppings que mais sofreram foram os shoppings distantes das grandes cidades. Ele se apoia bastante nas empresas americanas Taubman e Simon (que tiveram crescimento de vendas nos últimos anos) para se espelhar no futuro das empresas brasileiras

Abertura de shoppings

Já houve abertura em algumas cidades, principalmente na região Sul.

E uma coisa é o shopping abrir, outra é ter volta do fluxo de pessoas.

Lojistas também devem voltar em uma situação financeira pior ou nem voltar.

SARS em 2002 – 03 na China acelerou migração de ecommerce, devemos ter algo parecido no Brasil agora

Racional de comprar shopping premium

A venda por metro quadrado é maior (justifica pagar mais pelo aluguel), o público é mais resiliente e possui localização melhor

Brasileiro gosta de passear no shopping por segurança e lazer.

Lojista x dono do shopping

Lojista é o primeiro a absorver o impacto da queda das vendas. Mas se sofrer muito inevitavelmente irá passar ao shopping

Listados x outros

Os 100 piores shoppings apresentavam 40% de vacância em 2015, enquanto as empresas listadas sempre permaneceram com vacância abaixo de 10% durante toda a crise

Estacionamento

Representava em torno de 20 – 25% da receita dos shoppings. Com popularização do uber, caiu um pouco para 15 – 20%.

Agora, sem fluxo, a receita passou para zero.

Uma alternativa seria reduzir a área de estacionamento e fazer outras lojas, dark rooms ou até estoque de um lojista

O ponto é que em São Paulo há um número mínimo de vagas de estacionamento (relacionado ao ABL do shopping)

Vacância

Deve ocorrer, mas primeiro iremos ver desconto, inadimplência e depois vacância

CCP

45% do resultado operacional é laje corporativa, possui ativos bem localizados e bons inquilinos

Clique aqui para ler sobre o Sector Pickers #6

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