Stockpickers # 29

Thiago Salomão entrevistou João Braga (XP Asset), Henrique Bredda (Alaska) e Fabio Holder (canal do Holder) no evento da Rico Connect.

A proposta era discutir algumas tretas recentes do Twitter

Samy Dana x Henrique Bredda

Bredda x Samy Dana

Henrique Bredda comentou que o índice Ibovespa batia o CDI. Comparou um ponto contra o outro e fez a conta.

Samy falou que o índice não é um bom representante da bolsa como um todo. Bredda lembrou que se fizesse stockpicking teria então uma performance muito melhor que o próprio índice.

Desde 1994 (plano real), o CDI bate o índice IBOV. Mas olhando desde 1968 (quando IBOV  foi criado), IBOV ganha do CDI (ou seu equivalente).

João Braga que lembrou que investimento em ações produzem bilionários e que não se ouve de milionários/bilionários com CDI.

Sim, o índice IBOV tem uma metodologia ruim. Demorou muito para expulsar a OGX do índice e premia quem tem valor de mercado relevante e maior liquidez (índice fica muito concentrado).

Depois mudaram a discussão para fundos. Bredda questionou o fato de todos os fundos cobrarem a mesma taxa de administração (2% ao ano). Ele entende que alguns não merecem e outros possuem uma estrutura mais barata que poderia ser refletida na taxa de administração.

Para mim é uma coisa muito simples: o gestor truca 2% e na maioria das vezes o cotista não presta atenção/não liga. Vamos ver se com a queda de juros há uma mudança na mentalidade das pessoas.

Renato Santiago perguntou ao João Braga se faz sentido ter fundo de ações com benchmark CDI. João falou que o long bias faz sentido ter benchmark CDI pois a proposta é diferente de um fundo long only de bolsa (que deveria ter sim um benchmark de bolsa).

O desafio do fundo long bias é que ele é sempre mal explicado. E quando a bolsa cai deve entregar CDI e quando bolsa sobe deve entregar bolsa.

Na minha visão o fundo long bias deveria entregar ao menos CDI e poder querer surfar um ou outro momento. Na prática é um nó na cabeça.

Preço importa?

Fabio Holder supõe mercados eficientes, então o preço de tela é justo.

Citou vários estudos nos EUA sobre que alguns gestores não batem o índice Bovespa. Bredda concordou: nem todos gestores batem o índice, apenas alguns. Alguns possuem competência e batem o índice.

Não é correto escolher um FIA aleatoriamente, tem que saber estudar.

Bredda inclusive disse que para uma pessoa física não costuma bater o benchmark. Para ela, é melhor comprar um ETF.

Fabio falou que só não compra ETF por ele não pagar dividendo.

Bredda lembrou que se preço não importa ele vende MGLU para todo mundo o dobro do preço atual da bolsa.

Mercados eficientes

Acabaram pulando para a discussão seguinte: os mercados são eficientes ou não?

João Braga disse que existem dois tipos de pessoas: PHD e skin on the game. E que ele ganha dinheiro achando papéis não consensuais.

Mercado às vezes demora para refletir determinados eventos. Um exemplo muito óbvio foi o possível aumento da tributação da B3 (saiu no diário oficial e ninguém leu).

Mercados não são eficientes, obviamente ao longo dos anos ele se torna mais eficiente mas ainda não está 100%.

Volatilidade

Se há constantemente descasamento entre valor e preço, há oportunidade de aquisições a preços baixos e para um investidor de valor é algo muito bom. Logo vol é vida.

De outro lado, se você não gosta de oscilações no seu portfólio volatilidade é apenas risco.

Lula livre

Por demanda da plateia, Bredda comentou sobre política.

Ele disse que no longo prazo política não importa (a questão é se você sobrevive até o longo prazo, veja a MP 579). O povo é quem manda e ele coloca e tira governantes.

Banco Inter

Olhando contra bancos brasileiros, ele está caro. Mas a proposta do Inter é ser uma plataforma (se comparando com Alibaba, etc).

O múltiplo assusta (assim como MGLU), o ponto é entender o que a companhia realmente é.

Braga lembrou que os desafios do Inter são grandes. Tanto no cash in (receber dinheiro de correntista) quando no cash out (sacar dinheiro).

O dinheiro entra no Itaú por causa do salário das pessoas. No iti/Inter isso não necessariamente ocorre.

Braga disse Banqi e Pagbank possuem vantagens em relação ao Inter (ele não é o único player do segmento).

No cash out o Inter dá saque de graça mas a Tecban cobra 6.50 BRL/saque de qualquer jeito.

MGLU

Bredda lembra que a grande dificuldade do case de MGLU foi segurar o papel depois de ele subir muito.

Depois foram para a parte de alocação de carteira e MGLU x VVAR.

Comentaram que é difícil gestores diferentes terem a mesma carteira, pois cada um tem uma percepção diferente de risco.

E que é impossível abraçar o mundo (comprar todas as ações disponíveis).

É necessário levar em conta a confiança no case e o upside.

Braga ressaltou (pela trigésima vez) que o case de VVAR é de turnaround. E que ele consegue monitorar/acompanhar o turnaround (ao contrário do preço de commodities).

Ele lembrou que todos os vieses possíveis devem ser evitados. Todo dia chega um relatório de sell side falando mal de uma empresa da carteira. Entenda os argumentos contrários e melhore a sua tese de investimento.

Ninguém sugeriu livro, então coloco a minha leitura atual;

Clique aqui para ler o Stockpickers do Recife.

2 comentários em “Stockpickers # 29”

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.