Samuel Ponsoni conversou com Paolo di Sora no outliers #24; Samuel Ponsoni conversou com Fausto Filho (XP) no outliers #25; Samuel Ponsoni, Guilherme Anversa, Thiago Salomão e Rafael Furlanetti conversaram com Leonardo Messer (Oceana) no outliers #26
Bônus #1 – 13/mar/21
Podcast gravado durante o evento Melhores Fundos da Infomoney
Crise da Petrobras
É um evento marcante, similar à saída de Joaquim Levy do BNDES. Ainda não se sabe qual será a política de preços da Petrobras.
Jobim (Legacy) entende que não ocorrerá mudança drástica
Inflação no Brasil está crescendo, juros já deveriam estar subindo para chegar rapidamente ao patamar “justo” do Brasil
Dólar em alta e petróleo em alta é uma combinação explosiva para qualquer presidente brasileiro
O fiscal e o endividamento são muito importantes, ritmo da alta de juros deveria ser mais lento. Parreiras acha que alta para nos 5%
Verde não mexeu na carteira de maneira relevante pois cenário ainda não mudou
Legacy tem exposição em locação de automóveis, setor de saúde, bancos, Petrobras
Agenda fiscal poderia ter avançado em 2020, mas deve ter uma novidade em 2021 sobre auxílio. Bolsa deve continuar andando, mas com desconto contra bolsas lá fora (dívida/PIB alta e barulho político).
Mesmo com macro ruim, há oportunidades na bolsa.
Verde entende que queda dos juros forçou as pessoas a saírem do conforto da renda fixa. Fiscal ficou ruim, juros devem subir e ativos de risco devem sofrer
Dólar
Está muito depreciado com qualquer Valuation histórico
Moeda está ligada ao crescimento dela.
Capital volta ao Brasil se houver oportunidade de ganho real
Se há manutenção do quadro fiscal, dólar deveria voltar abaixo de 5 reais.
Parreiras está comprado em dólar por preferir estar otimista com Brasil via juros e bolsa.
Posições
Verde em S&P e bolsa, comprado em NTNB intermediária (juro real estaria entre 0% e 1%). Comprado em dólar e tomado em juros globais (aposta de alta EUA e Europa)
Legacy comprado em bolsa Brasil e EUA. Dólar deveria se enfraquecer, mas não sabe qual região. Estão comprados em inflação no curto
O que ficou no passado e não deve se repetir
Pandemia, resposta dos policy makers foi muito ruim
Trabalhar 100% no escritório
Outliers #24
Samuel Ponsoni conversou com Paolo di Sora.
Fez economia e engenharia civil ao mesmo tempo. Trabalhou no Deustche, BBA, M Safra e depois foi montar a RPS em 2013
Saída M Safra
Tinha como meta ter uma gestora própria em algum momento. Viveu primeiro sell side e depois buy side
Proposta era ganhar dinheiro em equities, independentemente da alta/queda da bolsa. M Safra investiu no fundo
Bolsa caiu em 2013, 14, 15 e RPS ganhou dinheiro, o que acabou atraindo investidores para o fundo.
Principais crises
2003 -> teve perda permanente de capital muito grande, aprendeu a ter disciplina de stop
2008 -> houve correria de processo, custódia, quebra do Lemann; aprendeu processo de back office/Middle office
Você vai ganhando de caneca e, quando erra, não perder de balde
Sell side
Dá os alicerces de aprender a ser gestor, mas gestor precisa aguentar dias de cota, ter sangue frio
Analista não precisa ter vocação, gestor sim
É necessário ter inteligência emocional
Pilares da casa
RPS olha ações de um prisma macro setorial
Parte tecnológica é uma commodity, mas pessoas não são commodities
Dividir risco, não ter “one man show”
Foco RPS é macro. Se você não concorda, melhor não investir na RPS
ESG
RPS significa respeito, performance e sustentabilidade
Respeito pelo dinheiro do investidor
Sustentabilidade são as pessoas
Focam em consistência e processo
Uma pessoa monta o mapa de risco de cada empresa. Não faz exclusão de empresa por causa do risco, apenas avalia o risco associado e qual o upside da empresa. Se esse upside adicional compensa o risco da empresa
5% da receita da gestora é direcionada para o social
Fundos
O mais antigo é um fundo long/short direcional (CDI + 10%)
Construíram o equity hedge (CDI + 6%) e previdência (CDI + 4%) que são mais moderados
Long bias tem um net comprado maior
Long Only é bottom up, mas tem uma parte top down da casa
EUA vai crescer muito este ano, comprar empresas cíclicas em relação ao PIB como commodities e bancos/construção nos EUA
Bancos brasileiros não são muito correlacionados com Selic, preferem fazer play de juros nos EUA
O melhor para investir em commodities é no Brasil, por causa da moeda depreciada. Maior posição é em Vale, mas tem Suzano, CSN e JBS. Diversificou pois sofreu em 2019 com Brumadinho
Gosta de cobre via Freeport, Grupo Mexico
Play de reabertura seria via EUA, boom de consumo lá: Disney, Nike, Visa, Mastercard, Booking.
Não querem fazer nada de economia doméstica no Brasil.
Short em Utilities/Staples (beta baixo) e quem sofre quando há alta de juros
Assets
Preferem gestoras de porte médio, como Brasil Capital/Vista/Constellation
Bônus #2
Samuel Ponsoni e Giuliana Napolitano conversaram com Christopher David Smith (Capitania) e Fausto Filho (XP)
Processo de investimento XP
Gestao de crédito é via bottom up, destrincha os números da empresa, faz análise setorial e alinha com cenário macro.
Processo de investimento Capitania
Capitania é focada em crédito e imobiliário. Diferença é que possui estratégia mais ativa, gira entre 25% – 30% da carteira anualmente.
Tenta fugir do comum ao originar internamente
Estratégia atual
Spreads fecharam rapidamente, tem pouco ativo. Carteira atual se dá bem
O importante do crédito é entender a capacidade de pagamento da dívida, evitar setores cíclicos
Capitania sempre está exposta a Utilities (maior previsibilidade de fluxo de caixa) e imobiliário (tem garantias reais); entrou em ativos cíclicos em 2020 por oportunidade de mercado
Hoje o spread é 200 bps contra titulo do governo, Fausto entende que spread deveria cair
Juro real negativo hoje não é perpétuo, com alta de juros
Christopher acredita em Selic a 6%, não tem problema de inflação
Entrar em ativos x fundo?
O importante é entender o momento de entrada e saída do mercado
Christopher comentou que uma das maiores TIR da gestora foi Rodovias do Tietê, que vendeu antes de dar problema
Outliers #25
Samuel Ponsoni conversou com Fausto Filho (XP)
Formou em engenharia civil na UFRJ, entrou na XP em 2009. Estava no BTG e Icatu antes
Tem 15 bilhões de reais de ativos sob gestão. Incluindo FIIs, seria 20 bilhões de reais
Estagiou no Icatu e foi para o backoffice do Pactual. Ficou 2 anos lá, depois foi para a corretora. Meta era ir para a tesouraria, que acabou indo para lá em 2006. Começou a tocar book de crédito offshore da tesouraria.
Piores crises
2008 -> em algum momento mercado não tinha acesso a capital
Estrutura da asset
Há sinergia com time macro, com time de renda variável
Processo de investimento
Tudo começa com originação, tanto ativa quanto passiva. Fazem pré comitê e fazem análise de mercado.
Depois fazem alocação de acordo com a estratégia do fundo.
Em infra tomam o risco de construção
Perspectivas de retornos
O risco de crédito hoje está melhor que o passado
Não vai ter retorno forte do high grade como teve recentemente, pois já teve um ajuste do prêmio
Estão estruturando dívidas mezanino com equity kicker
O que analisar para investir em renda fixa
Histórico do gestor e da asset, entender o histórico da cota
Como que é o time (número de analistas, controles), qual o alinhamento do time de gestão e processo de investimento
Principais gestoras de crédito
Icatu, ARX, JGP e Augme
Outliers #26
Samuel Ponsoni, Guilherme Anversa, Thiago Salomão e Rafael Furlanetti conversaram com Leonardo Messer (Oceana)
Messer fez engenharia de produção da PUC – RJ, trabalhou no Pactual, IP e Meta Asset
Crises
Oceana começou 1/out/08. 20 dias depois Ibovespa tinha 40% de queda.
Foi um momento de provação, trouxe tranquilidade para crises futuras. Os primeiros 3 anos da asset são de teste.
À medida que resultados estão vindo, clientes colocam mais dinheiro e chamam amigo.
Processo de investimento
É fácil se perder e tentar captar bastante dinheiro no curto prazo, eles evitam crescimento acelerado. Objetivo sempre foi gerar valor para o cliente no longo prazo
Se manter alheio a modismos é muito importante. Não dá para fazer tudo. Saber a sua vantagem competitiva e aprofundar isso.
Fazer estudo profundo das empresas, força deles frente a competidores, risco regulatório, entender a história do controlador
Não querem perder um top performer para concorrente
Ter partnership de verdade
Investir deveria ser algo monótono como ver a grama crescer.
Foca em múltiplos cenários, em cenários de estresse. Tentar ter retorno adequado em cenário pessimista
Não pode ficar parado pois vai ficar para trás
Procuram sempre ter papéis sólidos e aumentam posição em momentos pessimistas
Produtos
Long Only está sempre investido e long bias depende do momento (em média 65% comprado)
Carteira
EQTL ficou largada pois mercado entendeu que, por perder algumas privatizações, não conseguiria mais crescer. São bons alocadores
Carrefour é líder no setor, tem boa gestão e tem ativos próprios.
O que chama atenção em shoppings é o preço, negociando abaixo do custo de reposição
Ganhou muito dinheiro em Itaúsa, reduziu em 2018 (mas deveria ter zerado). Competição veio de forma estrutural e bancos demoraram para responder. Pelo sim pelo não bancos estão baratos
Sempre investiram em empresas tradicionais ou GARP (growth at reasonable prices)
O problema dessas empresas tech é que mercado é mais focado em crescimento de receita que na probabilidade de rentabilidade futura. Para a empresa se tornar rentável, ela precisa ter um Market share relevante no futuro. A grande maioria das empresas tende a não ser o líder incontestável. A tech pode chegar a ser rentável ao longo do tempo?
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