Thiago Salomão conversou com Renato Junqueira (GAP Asset, 25/mai/20), Guilherme Anversa (XP, 26/mai/20), Marcos Mollica (Opportunity, 27/mai/20), Luiz Portella (28/mai/20) e Fabricio Taschetto (Ace, 29/mai/20)
Coffee & Stocks – #43– Renato Junqueira– 25/mai/20
USDBRL
A maioria dos bancos nutria uma visão negativa para o real baseada em: (i) baixo potencial de crescimento futuro em meio à pior recessão da história brasileira, (ii) desalinhamento político entre o Planalto e o Congresso, (iii) gastos permanentes afetando a sustentabilidade fiscal do governo, (iv) novos cortes de juros que afastariam ainda mais o capital especulativo do país
Prefere estar vendido no dólar do que comprado nesses preços pois (i) Bolsonaro está mais contido; (ii) Bolsonaro e Maia se reuniram para conversar; (iii) vídeo da reunião ministerial foi um fracasso para quem apostava em impeachment; (iv) há forte alinhamento entre Guedes e Bolsonaro; (v) real se desvalorizou muito mais que seus pares
Moedas de países emergentes devem se fortalecer à medida que tivermos notícias menos ruins sobre coronavirus
Dólar virou consensual, o que é perigoso
Preferem focar hoje em posições táticas que estruturais por causa da volatilidade dos mercados
Coffee & Stocks – #44–Guilherme Anversa– 26/mai/20
Guilherme discutiu com o Salomão as cartas da Dynamo
Processo de investimento em crise
Além de ver valuation, ver se a empresa consegue atravessar a crise e entender a cadeia de produção das companhias.
O que a crise irá alterar daqui pra frente?
Sim, o macro importa e é importante entender os fatores externos que podem impactar as companhias
Comentaram que empresas que compõem o ISE (Indice de Sustentabilidade Empresarial) se responderam melhor durante a crise. Concluíram então que quem respeitar os aspectos ESG deve estar melhor preparado para o futuro
Coffee & Stocks – #45– Marcos Mollica– 27/mai/20
IBOV x S&P
A posição que possuem em bolsa é estrutural, mas preferem bolsa americana à brasileira por acreditarem que cenário externo melhora antes nos países desenvolvidos
Compraram Brasil taticamente por ver evolução política recentemente.
USDBRL
Estavam comprados, zeraram e agora estão vendidos
Juros
A recessão forte abre espaço para uma queda forte nos juros
Estão posicionados na parte curta e intermediária da curva, não enxergam necessidade de se expor à parte longa da curva
Coffee & Stocks – #46– Luiz Portella– 28/mai/20
USDBRL
O dólar estava próximo de 6 reais e Bolsonaro deixou escapar que um dos tópicos que ele havia discutido seria o dólar. Nos dias seguintes Banco Central passou a ser mais ativo na venda do dólar. Juntando com dólar globalmente mais fraco, dólar caiu bastante contra o real
Quando dólar bateu 5.5 surgiram muitas compras.
Com a melhoria do coronavirus globalmente, ativos de risco (incluindo Brasil) que tinham ficado para trás começaram a subir
Se você olha o DXY, 60% é EUR. Desde 2008, EUA foi muito melhor que Europa e Portela acredita que pode ocorrer uma inversão, Europa performando melhor que EUA -> DXY poderia se enfraquecer
Juros
Estão comprados em juros (apostam na alta) por entender que é melhor do que ficar comprado em dólar
Estruturalmente gestor brasileiro gostou de comprar dólar, vender juros e comprar bolsa de vez em quando. Portela entende que essa dinâmica pode mudar.
Coffee & Stocks – #47– Fabricio Taschetto– 29/mai/20
Sempre foi bom vender dólar por causa do carrego, mas isso não se observa mais
A partir do Plano Real, o governo gastou muito e gerou inflação -> deixando a moeda apreciada. Essa dinâmica acaba em 2015 pois o governo quebrou, parando de gastar -> parando de ter inflação
Com fim do carrego, teve saída de capital do Brasil.
Dólar subiu muito e teve uma volta nas últimas duas semanas. Mesmo assim Fabricio segue comprado, mas um pouco menos que estava antes. O principal motivo é que dólar serve de hedge para as principais posições do fundo: juros e bolsa
70 – 80 % do movimento do câmbio é explicado por fatores externos e entende que dólar deve se fortalecer globalmente: EUA deve sair mais rápido da crise que outros países e dólar pode continuar forte
3 fatores para montar uma posição: fundamento, preço, técnico -> dólar possui fundamento bom, mas com preço não tão bom e técnico ruim (pois virou consenso ter dólar)
Além de acertar o case, é importante acertar o timing também
Juros
Governo vai ter de gastar menos nos próximos anos. Enxergam uma queda do PIB em 10% este ano, aumentando muito o hiato do produto -> ociosidade muito grande impede alta da inflação no curto prazo
Banco Central esteve abaixo da meta da inflação em 2017, 18, e estará em 20 e 21. Só não esteve em 2019 por uma alta muito forte de carnes no final do ano
Isso significa que juros estarão baixos por muito tempo
Bolsa
Fabricio gosta de bolsa pela questão macro. Com juros reais negativos, o dinheiro perde valor e os ativos reais se valorizam -> bolsa vai para cima
Hedge
USD, treasury US e short em bolsas asiáticas
Entende que um novo capítulo da trade war EUA x China deve ocorrer antes das eleições (já que Trump não pode vender o peixe da economia pujante nos EUA). Isso deve prejudicar algumas empresas chinesas
Treasury já andou demais, reduziram um pouco
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