Live com Stuhlberger

Benny, Benchimol e Ferreira da XP conversaram com Luis Stuhlberger e Luis Parreiras da Verde.

Temos 3 discussões

A discussão 1 ficou bastante complicada mas em termos gerais todos países fizeram a sua quarentena. A discussão 2 está sendo implementada via maiores gastos dos governos. A 3 ainda não é consensual por muitos esperarem uma nova onda de contaminação no final 2020/início 2021.

Brasil começou a quarentena rápido, bem antes de EUA e Itália. Temos então um menor número de pessoas potenciais a serem hospitalizadas

Surpreendentemente, Brasil tem um número bom de leitos (por 100 mil habitantes) quando comparamos com outros países. O problema é que a divisão não é homogênea: maior número no sistema privado e no Centro Sul. Acredito que devemos ter algo parecido nos outros países, mas risco de não termos leitos suficientes na UTI é relevante

Quem consegue (Coréia do Sul), fez testes em larga escala na população. Todos, cada um com a sua realidade, estão fazendo aumento da capacidade do sistema de saúde

O próximo passo será acompanhar as pessoas e quando descobrir que ela foi infectada ver com quem ela teve contato.

Há vários esforços para tratar a doença e eles entendem que não há uma bala de prata. A vacina irá demorar de 12 a 18 meses para ficar pronta.

Como comentou o médico italiano, é fácil criar a vacina. O problema é testar a eficácia da vacina. Clique aqui para ver a live do médico italiano com o Itaú BBA

Para o teste funcionar, todo mundo deveria seguir a vida normalmente. Mas estamos enclausurados em casa, o que dificulta um pouco.

Estamos chegando perto do pico nos EUA/Europa, alguns países já estão relaxando as medidas da quarentena. Se não chegamos no pico hoje, chegaremos em 1 semana

O grande desafio é ter uma segunda onda no inverno do hemisfério norte.

Estímulo monetário foi muito forte, inclusive mudando a dinâmica do Fed de reduzir balanço para um aumento relevante nas últimas semanas.

O estímulo fiscal também foi muito forte, mas Stuhlberger entende que devemos anúncios de maiores estímulos em breve (EUA chegando em 10% PIB)

Varejo no Brasil caiu bastante YoY, mas queda não piorou. “apenas” arrefeceu. Destaque negativo é o setor de serviços, que quase atingiu zero.

A retomada deve ser bastante gradual.

Queda em 2020 foi muito rápida, provavelmente por ninguém estar preparado para a crise e por todo mundo estar bem alocado. Stuhlberger ressaltou que a volta recente foi também a mais rápida da história.

Eles defenderam que queda que tivemos na bolsa brasileira foi muito forte. Grande parte do impacto foi a maior taxa de desconto no valuation, não a perda de lucro em 2020/21.

NTNB 50 foi de 3.5% para 5% ao ano e CDS foi de 100 para 290 pontos.

Precisamos ter maior estabilidade interna para derrubar o juro longo.

Nos EUA a alta do Ke foi menor, deveria ter caído menos.

Olhando para o gráfico da direita primeiro: em jan/08, esperavam dividendos crescentes. Em dez/08 entendiam que a recuperação de dividendos iria demorar mais do que 10 anos. Na prática (linha laranja) dividendos chegaram ao patamar de 2008 em 2011. A realidade surpreende positivamente o mercado.

Agora, olhando para o gráfico à esquerda, houve um forte pessimismo em 23 de março de 2020, mas já houve uma revisão positiva em abril.

Após a crise todo mundo performou junto (EUA/mundo). Olhando mais no longo prazo, tivemos lucros crescentes nos EUA e uma estagnação nos outros países.

Olhando pré crise, emergentes foram muito bem. principalmente devido ao boom de commodities

Tiveram recuperação rápida, mas dinâmica foi fraquejando. Enquanto isso EUA/Europa com performance menos volátil e mais consistente

Verde está comprado na bolsa americana. Preferem bolsa americana a bolsa brasileira porque EUA está gastando mais dinheiro e tem mais para gastar.

EUA vai gastar 750 BI USD para desempregados e 700 BI USD para empresas.

Sem contar que crise acelera demanda por inovação e grande parte da inovação global está nos EUA.

Olhando rendimento juros x rendimentos das ações, estamos acima dos últimos anos.

Tem muita gente que não quer se expor à bolsa. Stuhlberger lembrou que não quer acertar o low da bolsa e quando efetivamente tivermos uma maior visibilidade, o preço vai ser outro

De acordo com o modelo interno dólar subiu demais. Mas Stuhlberger reconhece que o diferencial de juros tem um peso muito maior que todo mundo imaginava. Ficamos 26 anos com juro real absurdo e a correção foi muito rápida.

O resultado primário fica bem pior. Dívida bruta/PIB piora mas consegue chegar à projeção de antes da crise por causa da queda de juros. Se juros não caírem, ficaremos com dívida bruta/PIB de 80% em 2030 (contra 50% em 2013).

Crise atual

Quando você entra na crise bem posicionado, é mais fácil (1997, 99, 02). Mas quando você entra errado você é obrigado a lidar com as adversidades. Precisa tomar uma atitude.

Dívida dos países

EUA está com dívida/PIB de 100% e deve chegar a 130%, mas Europa já está nesse patamar e Japão está com 200%.

Enquanto juros estiverem baixos, ok. Mas obviamente isso não deveria durar para sempre.

Equities

Estão otimistas com os EUA, mas também estão expostos ao Brasil. Gostam de empresas defensivas, como BRDT, RENT, MELI, MGLU, EQTL e SULA/HAPV/GNDI

Errou em ficar otimista com Brasil?

Brasil fez boas reformas nos últimos 3 anos. Ele estava otimista e não estava errado. Entende que mercado não está pessimista e sim que risco aumentou

Clique aqui para ler sobre com o Howard Marks

Um comentário em “Live com Stuhlberger”

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