Light, Kapitalo e algumas ações
LIGT – 27/abr/23 – STPK #192
Marcelo Farias, gerente executivo de análise e alocação doméstica na BB Asset, Walter Maciel, CEO da AZ Quest e Laurence Mello, sócio e gestor responsável pela estratégia de Crédito Privado da AZ Quest
Tanto BB quanto AZ Quest estão envolvidos nas negociações com a Light sobre as debentures
O mundo passou em 2020 por uma pandemia que ninguém sabia como que iria acabar
Replicaram 2008 em 2020. Deu certo (saímos muito rápido da crise), agora estamos pagando a conta.
Grande discussão é se vamos ou não para um governo com responsabilidade fiscal
Arcabouço fiscal -> precisa entender que Lula venceu, não vamos ter uma proposta liberal. Teto era bom quando PIB não crescia, quando crescia dava errado. Arcabouço não é espetacular nem um desastre.
Fed -> aperta demais e leva EUA para recessão ou aperta menos e não controla a inflação
Spread de crédito abriu -> parece até melhor captar ação que dívida
HAPV -> “quebrou” umas 4 – 5x esse ano. Uma coisa é sacrificar margens, outra coisa é a empresa quebrar. Mercado se estressou muito
Estamos vivendo o “estouro da boiada” -> investidor está descobrindo a volatilidade da renda fixa -> susto Americanas, depois Light e então resgates. Não é algo estrutural para a indústria de crédito
Light não consegue se comunicar ao mercado e agora quer conversar
Para tomar risco de high yield, precisa de garantias
O lado bom do crédito privado é que dívida tem prazo, então tem maior previsibilidade de recebimento que equity
Spreads que mais abriram foram empresas high grade, pois eram as empresas líquidas
Racional investimento em Light -> BB Asset: companhia atua em um território hostil (nível de perdas e roubos é muito alto). Apesar disso, companhia estava buscando ganhos de eficiência (reduzir perdas e DEC/FEC); renovação da concessão era cenário base. Todas as concessões até o momento foram renovadas “automaticamente”
Quando houve mudança da troca de gestão perceberam que algo estava diferente -> vou chamar credor para dividir a conta e criaram compensation gigante para eles mesmos
Caso não renove a concessão, deveria receber 10 – 11 bilhões de reais do Governo Federal
BB Asset entendia que Light era grau médio de risco de crédito -> não tinha posição grande
AZ Quest -> entendia que tinha risco, que risco valia a pena. A discussão era o tamanho no portfolio
Distribuidora de energia elétrica não pode pedir RJ por lei -> trauma da Celpa -> é um bem essencial. Aneel precisa zelar pela saúde do sistema
Entende que liminar da Light (não pagar credores) vai cair a qualquer momento
Light chamou assessor financeiro, assets ligaram para o RI e não conseguiram falar com a companhia. Conseguiram falar apenas com o assessor financeiro.
26 assets fizeram uma carta para a Light para pedir maiores esclarecimentos e ela simplesmente cagou
Light pode pedir RJ? Isso aqui é Brasil. Esperamos que não, mas não podemos afirmar com certeza; está no direito dele de pedir
Remuneração do management está muito alta levando em conta que houve destruição de valor da companhia
Há uma necessidade de alteração do custo de capital e parece que debenturista vai pagar toda a conta
Se você causa prejuízo a quem te financia, vai ter grande dificuldade para novos financiamentos no futuro
Companhia ganhou uma cautelar por 30 dias para conversar e já passou 20 dias (e nem conversaram)
Houve suspensão da amortização acelerada do FIDC -> empresa antecipou o dinheiro e depois não quer pagar o FIDC
MMKR #40 – 13/abr/23
Carlos Woelz, Nuno Sampaio e Bruno Cordeiro da Kapitalo
Kapitalo já ultrapassou 20 bilhões de reais sob gestão
Atualmente possuem 13 áreas e os fundos disponíveis para aplicação são uma composição dessas 13 áreas
Kapitalo sempre foi assim: constelação de gestoras
Pensou na capacidade de diversificação (além do CIO). Você precisa ter mandato e não chefe
Lá fora há uma divisão clara entre portfolio manager e analista, enquanto no BBM havia uma interação muito forte
Carlos pega câmbio, juros, beta negativo (quantamental), arbitragem e multimercado com Cristiano (ex Kondor).
Nuno olha mercados emergentes, Tulio olha para G10
Fundo K10 é single manager, quer concentrar quando há oportunidade
Zeta -> é âncora de novos fundos e dinheiro dos sócios está lá
Ter vários produtos -> ter liberdade de sócios poderem empreender
Não fazem outros fundos por decisão própria (capacity, por exemplo)
K10 “tem CIO”, alpha global não tem
Regras de alocação são explícitas, são baseadas no passado (não no futuro) -> no quanto cada um rendeu. Na prática, quem foi bem aumenta e quem foi mal, diminui (em média +10%/-10%)
Prefere pessoas focadas em ganhar dinheiro do que briga política
Novas áreas -> deve fornecer informação e gerar diversificação
Brasil
Carlos está muito pessimista
Mercado tem medo de excesso de gastos, então qualquer coisa é positiva
Brasil não está desacelerando por termos política forte de gasto público
Brasil é um país de beta alto, o que exporta varia muito de preço
Brasil está muito barato, não vale a pena vender agora
Não consegue ver esperança muito longa -> não consegue ficar comprado
Depois de explicar as coisas de maneira muito didática, é difícil de o Banco Central mudar de ideia (o que é negativo)
Desaceleração é importante para reduzir a inflação. Sem desaceleração não tem queda da inflação
Se houver desaceleração global, governo brasileiro pode ser criativo. Caso não, a única solução é juros
Carlos aposta em juros global e câmbio global
Dólar fica fraco quando EUA cresce menos que peers
recessão -> dólar se valoriza
Bolsa -> small cap sofre mais no final de ciclo
Estão comprados em petróleo
Desaceleração é inevitável, a pergunta é quando vai acontecer
Carlos gosta de comprar importadores e vender exportadores de commodities
MMKR #41 – 20/abr/23
Guilherme Motta (Studio Long Bias), Gustavo Kataguiri (Vinci Total Return)
Studio -> investe em empresas muito líquidas, se fundo fosse maior não teria problema
Alpha atual foi boa parte na ponta short
Gustavo faz gestão de fundos desde 2013. Focar em não perder dinheiro
Queria gerar alpha e beta. Agora com total return consegue fazer os dois
Quanto cada um está comprado
Studio long bias -> 110% comprado, 40% vendido; comprado RECV; principal posição do cíclico é smart fit; BPAC é uma posição relevante; ELET/RAIL/EQTL
Vinci total return -> era 100% comprado, ficou 30% comprado e agora está com 70% comprado.
Para a bolsa faz pouca diferença quando juros caem. Importante é cair; gosta de TOTS
Confusão do IVA é negativo para todo mundo -> quem não conseguir repassar o preço, você se prejudica. Na Totvs se há mudança de imposto, repassa automaticamente. Como a maioria dos clientes da Totvs são empresas, elas se creditam e não vai ter tanto problema.
Dá para ver na Multilaser que é difícil de trocar de software
Empresas de crescimento de maneira geral possuem performance melhor quando juros caem
TOTS -> está barata, não precisa entrar em cases muito arriscados. Se você compra empresa de 40X P/E, ela não pode derrapar
Alavancagem operacional é boa para cima e muito ruim para baixo
MELI -> é muito cara, mas performou muito bem no relativo quando mercado estressou
Por que empresas negociam com múltiplo alto? Porque possuem ROIC alto (ou crescimento alto). Se alguma coisa cai, tem revisão de múltiplos
BPAC -> não sofre com inadimplência de cartão de crédito/crédito PF; alavanca de expansão de lucro é grande e downside é baixo
BBAS -> é o banco que Gustavo prefere; negocia a 3.5x P/E
XP -> continua captando, um dos poucos IPOs que entregou. Teve re rating do múltiplo, mas não tem pressa para entrar
CIEL -> setor sempre cresceu bastante, até 2017. De 2017 – 21 -> fintechs cresceram muito nesse segmento (se beneficiando com juros baixos).
Quando juro começa a subir, fintechs sofreram com custo de captação e passaram a subir preço para antecipar recebíveis
Mercado também ficou menos complacente com fintechs perderem dinheiro eternamente. Diferencial Cielo é funding barato e sócios robustos
Todo mundo entendia que Cielo era short estrutural, mas ex Cateno estava negativo (o que não faz sentido)
Entender o motivo de você ter uma opinião diferente do mercado e como que mercado vai convergir para o seu call
SUZB -> em 2015 era call consensual por proteção ao dólar, mas celulose caiu em 2016. 2018 foi parecido e em 2022 também. É uma revisão de earnings para baixo. Celulose pode testar os 500 USD/ton
ASAI -> ativo tem a sua qualidade, questionam as projeções para frente (competição aumentou). Algumas lojas devem ter uma performance mais desafiadora