MMKR #33 #36 #37.1 #37.2 #38 #39

MMKR #33 – 23/fev/23

Sergio Werlang, doutor em economia, professor da Fundação Getúlio Vargas, ex-diretor do Banco Central e um dos mentores do regime de metas do Brasil, e Braulio Borges, pesquisador do Ibre/FGV, economista sênior da LCA

Meta de inflação está errada ou não?

Meta de inflação nasceu após inflação subir muito na década de 70 – 80. Países começaram a perseguir meta de inflação

Bancos Centrais possuem mandato de manter estabilidade de preço (2% nas economias avançadas e um pouco mais)

1999 -> quando saiu cambio fixo para flutuante, definiram as metas de inflação no Brasil

Regime de metas permite ancorar as expectativas

4.5% de inflação funcionou de maneira razoavelmente boa por vários anos

O problema do Brasil é que boa parte do orçamento está congelada -> inflação “soluciona” isso

Autonomia BC -> mais liberdade e também mais responsabilidade

Porque a meta do Brasil é 3%? Definiram em 2017 sem muito estudo

Âncora fiscal precisa passar pelo congresso e precisa ser crível

É difícil reverter o “erro” que foi derrubar a meta de 4.5% para 3%, mas o mais importante é norte para a responsabilidade fiscal

Dívida brasileira não é baixa e é cara (juro real estrutural muito alto)

Não dá para crescer primeiro e depois resolver o déficit, já tentaram no passado (deu certo quando tinha hiato)

Mercado de crédito mais desafiador -> pode ajudar em uma possível queda da Selic

MMKR ##36 – 17/mar/23

Marcos Mendes retomou a história do Brasil desde os anos 1990 para explicar como chegamos até a criação do teto dos gastos em 2016

Até 1992 não sabia medir déficit público no Brasil

Até 1994 -> financiava gasto via inflação

Depois começou a financiar com aumento da carga tributária

Dívida subiu muito e teto de gastos era uma proposta para mudar a trajetória de aumento da dívida líquida/PIB

Teto não era algo definitivo, era um demarcador

Disposição para fazer reforma só existe quando estamos em crise

Muitas pessoas entendem que governo precisa ser o propulsor da economia + vários interesses específicos -> políticos se dão bem

Mecanismo de desenvolvimento regional -> gasta 1% do PIB há vários anos, mas não teve nada efetivo até hoje

Ao invés de subsidiar indústria, incentivar educação. Problema não é dinheiro, Brasil gasta bastante. A questão é eficiência na alocação de recursos

BNDES sair do mercado de crédito demonstrou que mercado consegue financiar no longo prazo

MMKR #37.1 – 20/mar/23

Tony Volpon

Fed entre a cruz e a espada -> continuar subindo juros ou não?

Pós SVB e CS, qual o próximo ponto fraco? Temos um momento de negação, tanto pelo Fed quanto pelo mercado

Fed sinaliza que vai ser data dependente

Evento macro + estratégia financeira -> no final do dia é tudo a mesma coisa

Há possibilidade de sinalização de cautela, depois seria sinalização de corte de juros

Se Fed controlar a quebra dos bancos não teremos uma forte crise

BC não é uma ilha, precisa conversar

Podemos ou não ter credit crunch, depende do que você define

Quando você vai para o Banco Central, inevitavelmente te atacam

Racional queda de juros -> arcabouço disponível e viável

MMKR #37.2 – 23/mar/23

Bruno Marques (XP) e Tony Volpon

Estamos vivendo ambiente de incerteza muito elevada -> tomar menos risco

XP zerou exposição a bolsa brasileira, estão aplicando em taxa de juros longa EUA

Powel -> reconheceu que crise de crédito é severa, mas é difícil de mensurar

Dado o que está acontecendo, Banco Central talvez precise fazer menos na política monetária

Projeções mercado americano -> inflação dentro da meta

Projeção mercado brasileiro -> inflação fora da meta -> precisa arrumar a desancoragem

Não faz sentido discutir alta de juros agora, nem sinalizar queda de juros no Brasil

Não tenha conclusão sobre performance de ativos em apenas 1 dia

Mercado já vinha precificando queda de juros, apenas teve uma correção

Mudança de presidente do BC -> Roberto Campos não deve sair por vontade própria, tem feito bom trabalho (alguns diretores podem entrar agora e podem virar presidente do BC em breve)

Brasil tem vários problemas, taxa de juros é apenas um dos problemas

De maneira geral, Bancos Centrais demoraram muito para aceitar que inflação não era temporária

Olhando para padrões históricos, Brasil subiu até pouco de maneira relativa aos países

XP continua vendida em bolsa americana, comprado em peso mexicano, comprado dólar x real, começando a comprar NTNB

A gente não vira uma Argentina

MMKR #38 – 30/mar/23

Elmer neste papo. O novo chefe de gestão de ações da Verde Asset

Mercado -> necessidade de ser humilde

Começo -> construção de base (consultoria da Price)

Depois foi para IB do Safra pois mercado de capitais era muito forte e todo mundo estava contratando gente de consultoria

Em 2008 David Safra chamou Marcio Appel para a asset do Safra e Elmer foi junto (foi segundo ciclo de desenvolvimento)

Queria novo ciclo, foi para Itaú. Logo depois de entrar, todo mundo que estava na asset do Itaú saiu e ele acabou subindo.

Saber bem balanço, mas nunca deixar macro de lado.

Saiu do Itaú por entender que precisava se desafiar de novo.

Ele entende que tem dificuldade de criar uma nova casa, já tem muitas assets no mercado. Na verde há várias verticais. Futuro aponta para empresas muito complexas

O que tem a ganhar em time é maior do que tem a perder em voo solo

Ignorar fator macro é muito ruim

Função é de goleiro, evitar que dê erros grandes que matem o produto

Capaz de se defender nas quedas e surfar as altas

Ciclos no Brasil são muito intensos

Top down x bottom up -> entender macro mas não esquecer o micro (conhecimento profundo das empresas). Decide cobrir apenas 100 ações (crescimento defensivo, tech, bancos, special situations). Cases locais e globais (exposto a dólar, por exemplo)

Cada analista cobre no máximo 10 – 15 papeis.

Não pode ver Vale depois do minério subir, antecipar

Não olhar empresa por não ter braço suficiente

Tem de ter liberdade de conseguir desinvestir (errar e não conseguir sair do erro é muito ruim)

Entender como funciona em outros países

Saber quais são os investimentos disponíveis

O que a gente já cobre? O que a gente cobre e não faz sentido? O que precisamos cobrir?

Carteira atual -> me provem que os ativos lá são melhores

Precisamos definir bem o playbook

Saber a margem de segurança e grau de confiança na hipótese

RADL -> difícil ter decepção operacional -> te passa confiança

PETR -> tem margem de segurança, mas não há confiança na hipótese

Se confiança é zero, meu dinheiro tem de ser zero

Entender duration -> quem perde muito dinheiro com alta de juros

TOP DOWN -> estamos no final do ciclo que começou no covid (estímulos e crescimento). Agora temos inflação

Agora há movimentação de onshoring, reorganização das cadeias no mundo (Brasil poderia se dar bem)

Infelizmente temos muitos ruídos

Fiscal começou a sofrer, mas não é de hoje

Brasil nunca vai ser um tigre asiático, nem uma Venezuela

Tarefa do gestor é entender o que está sendo precificado

Inflação é simples -> quem paga a conta é a pessoa mais carente

Gringo se preocupa com regras sendo respeitadas

Momento atual precifica Brasil medíocre, não no penhasco

Juro real de 6.5% no Brasil é insustentável

Domésticos -> ERP acima de 4.5%

Suzano -> já tinha no Itaú e tem no Verde -> principal ativo da carteira

Demanda de celulose reloginho, volatilidade baixa da commodity

Gosta de Barrick Gold também

Gosta de concessões pela TIR alta e ser independente de PIB

Setor de energia -> só temos 3 concessões vencendo neste governo -> mas impacto na tarifa é pequeno, próximo governo que tem mais concessões vencendo

RAIL -> pode surfar bem aumento de crescimento de demanda de ferrovia

MMKR #39 – 6/abr/23

Pedro Cerize, investidor de raciocínio muito rápido, cujas opiniões são ouvidas do varejão ao Luis Stuhlberger, mas com um humor peculiar (usando um eufemismo). O outro é Marcelo Cerize, que foi radialista e policial civil antes de seguir os passos do irmão no mercado financeiro

Pedro pensava e Marcelo executava

Marcelo era radialista no interior de Minas Gerais e descobriu que se tocasse apenas 1 tipo de música iria ser mais sucedido que tocar todos os estilos

Lá fora bancos não podiam tomar muito risco. Então muita gente ia para hedge fund. Pedro fez algo parecido, saiu do BBA e montou a Skopos (2001)

Quando teve a desmutualização de Hong Kong, entenderam que iria acontecer algo no Brasil

Compraram 2 cartas patente da bolsa e ganharam dinheiro com isso.

Hoje temos 800 gestoras e poucas corretoras -> decidiram criar a Lev (focada em institucionais) -> institucional sabe que tem de pagar -> execução rápida, segura e sigilo de ordens (ninguém sabe a ordem do cliente, não tem vazamento de informação)

RLP -> dá a vantagem de corretora saber ordens do cliente e eventualmente casar (consegue ler fluxo dos clientes); cliente iria perder dinheiro para o mercado, agora vai perder para a corretora

Inversa -> usar para clientes terem maior conscientização e não sacarem

Quem era otimista morreu, ser pessimista

Total da dívida EUA é 250% do PIB e ficamos muito tempo com juros zero

Fed não pode ajudar insolvente, apenas ilíquido. Precisa deixar quebrar

Nasdaq subiu pois empresas não possuem problemas financeiras, apanharam por alta de juros (aumento taxa de desconto)

Arcabouço fiscal funciona se inflação ficar muito alta

Comparar juro mexicano x juro brasileiro. Se brasileiro ficar abaixo do mexicano, real desvaloriza

Mercado ok -> banco vai bem

Mercado inflacionário -> banco vai mal

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