Resumo de algumas conversas
Expert XP
O impacto do superciclo de commodities no Brasil e nos investimentos
Sylvio Castro (Grimper), Tony Volpon (WHG), Marcio Fontes (ASA) e Carolina Oliveira (XP)
Volpon -> houve um superciclo em 2002 – 03 por entrada da China no comércio global, Brasil se beneficiou muito
Agenda ambiental gera uma maior demanda por commodities. O problema é que maior demanda não está acompanhada por uma maior oferta, fazendo com que preços aumentem
Contradição: investir primeiro em áreas que impactam meio ambiente para depois produzir ativos que não impactem o meio ambiente
É necessário investir 1% da economia global, ciclo deve ser longo o suficiente para ser chamado de superciclo
Houve uma grande concentração de renda nos últimos anos, agora Governos devem se esforçar a dar mais dinheiro para população mais carente
Ciclo não precisa ser curto e parabólico
Ficamos 1 década com commodities fortes e a década seguinte com commodities com preços depreciados
Regime climático muito favorável -> derrubou preço de commodities agrícolas
Política para mitigação -> investimento público deve ser forte
Política para adaptação -> é pouco provável que teremos carbono zero em 2050, mas vai ocorrer esforço muito forte nessa direção; vai ocorrer trocar de carvão por gás natural
Mundo não vai parar de usar petróleo porque ele vai acabar, e sim por hidrogênio ser mais eficiente
2002 x 2021 -> Em 2002 ciclo era específico a um único país (China), agora é uma demanda global; China se alavancou muito, desacelerou e reduziu demanda por commodities
Empresas vão se desglobalizar pois cadeias de produção foram quebradas e vai ser necessário maior flexibilidade
Sylvio acha que China deve ter um protagonismo menor no médio prazo. Por agenda ESG vai ser mais difícil implementar grandes projetos
Demanda por energia cresce exponencialmente com ascensão social da população, principalmente a asiática
Preços de commodities hoje refletem oferta x demanda atual, não dinâmica no futuro
Infraestrutura -> maior demanda por commodities metálicas
Distribuição de renda -> maior demanda por commodities agrícolas
Preço do petróleo é uma dúvida
Sylvio está posicionado em crédito de carbono
Marcio e Sylvio expostos em cobre
Outliers na Expert – Bruno Marques (XP Asset)
Processo de tomada de decisão nos fundos
Quando você investe em um fundo, você investe em pessoas e processos
Cogestão impede viés específico de uma pessoa e força a discussão constante, mas consenso não pode ser de muita gente pois nunca vai ter consenso; XP também tem books satélites (sub estratégias)
Desde 2016 temos uma série de reformas que conquistava a confiança dos investidores (propiciando queda de juros). Apostaram fortemente na queda de juros e na alta da bolsa.
Começaram a ficar otimistas novamente em fev/21 com velocidade da vacinação, apostaram em empresas ligadas à reabertura mas também achavam que ocorreria alta de juros.
Juro deveria voltar ao neutro, agora entendem que deve ficar acima
Governo vai ter interesse de gastar mais (viés eleitoreiro), mas terá menor espaço (por causa da inflação)
Zeraram exposições mais otimistas com medo da PEC dos precatórios.
Estão vendidos em Ibovespa
Para frente: juros mais altos, inflação pressionada, cenário mais conturbado para a bolsa. Quando quer ficar mais otimista, aposta na valorização do real. Estavam comprados em bolsa americana e zeraram recentemente
Multimercado ganha dinheiro em grandes tendências macroeconômicas, mas até o momento bolsa e dólar não se mexeram em 2021
Meta do XP Macro é CDI +5%, meta permanece a mesma se CDI subir
Stockpickers #111
Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram com Luis Stuhlberger e Luis Parreira
Previsões econômicas e políticas foram erradas várias vezes por um espaço de tempo bem curto
Brasil era um dos piores países em termos de vacinação e rapidamente virou um dos países com forte vacinação.
Dívida bruta poderia bater 100% do PIB e agora deve ficar abaixo de 90% (em 82%)
Sell off por causa de precatórios foi exagerado, mas houve uma piora na relação com STF
Estão construtivos com reabertura econômica, mas não estão animados em aumentar posições hoje
Querem se expor a crédito para capturar o prêmio de risco
Mercado de crédito passou a sair de maneira relevante dos bancos nos últimos 5 – 6 anos e Parreiras entende que deve crescer bem mais ao longo do tempo
Inflação de bens foi muito mais alta que esperado
Guedes
Parreiras entende que Ministro é bom na teoria, no discurso mas ruim na execução
Reforma tributária está muito complexa, Stuhlberger entende que seria bom pelo menos unificar tributos federais
Eleições
Squadra entende que deve ser tranquila pois ambos os candidatos devem migrar para o centro
Stuhlberger disse que Bolsonaro era centro, agora está mais populista (o que ele entende que seria tarefa do Lula isso perto da eleição)
Quebra do teto é um mantra da campanha. Lula aumentou gastos, mas surfou alta das commodities e maior formalização. Isso não vai acontecer de novo
Em ago/19 Biden era carta fora do baralho para eleições americanas, Parreiras lembra que ainda estamos muito longe das eleições
Convergência para o centro não ocorre pré eleição e sim pós eleição
Dólar a 6 ou Selic 2 dígitos?
Dólar a 6 é mais provável para Parreiras
Stuhlberger acha que ambos são improváveis
Economia não é previsível, dá chance para gestores executarem um bom trabalho
Melhor ativo para ter hoje
Verde está com 30% ações Brasil e aumentaram NTNB24 e NTNB28 recentemente
Parreiras gosta das debentures participativas da Vale
IPOs
Safra está melhor que ano passado
Leon Goldberg conversou com Carlos Eduardo Rocha (Occam)
Mantra na Occam-> sempre crescer com a capacidade de diversificar retorno, não diluir o risco
Ter fundo para performar em qualquer cenário, quer ter retorno ajustado a risco bom. Performa bem quando há deterioração macro
Sempre procurar assimetrias para cima
É preciso ter ambiente macro para convergir para a sua tese
Inflação de 2022 está comportada pois agentes de mercado ainda não incorporaram as premissas
Brasil é especialista em perder boas oportunidades
Prefere EUA a Brasil no momento atual
Vantagem fundo x investir pessoalmente
Tem time quant, consegue fazer proteção
O desafio é ganhar dinheiro em cenário desfavorável
Você não necessariamente erra quando perde dinheiro. Não continue apostando em algo que está constantemente indo contra você
Única asset cujo gestor principal é preponderante em ações, entende que isso é bem comum nos EUA
Leon Goldberg conversou com Paolo di Sora (RPS)
Diferencial da casa
Tem governança estruturada, monta carteira através de visão top down
Visão para 2022
Todo mundo deveria reduzir um pouco de risco, cenário global está mais para meio do ciclo que início de ciclo. Ciclo de juro para cima prejudica a performance da renda variável
Foco vai ser alpha ao invés de beta
Estão pessimistas com crise hídrica no ano que vem
Fazer mudança é bom, tem percepções diferentes
Procura oportunidades, estando no índice ou não
Bateram IBOV todos os anos desde 2013 (com exceção de 2020)
Primeiro analisa a empresa, depois vê como está o ciclo
Tema de tecnologia e commodities foram muito fortes recentemente
Setor saúde
Gostam do setor de saúde, prefere RDOR, HAPV/GNDI
Capacidade maior de gerar eficiência e penetração
HAPV/GNDI -> eram modelos vencedores, cresceram muito e continuam crescendo, aumentaram acesso a plano de saúde (ganhou mais relevância com covid
RDOR -> empresa nova na bolsa, mas já acompanhava antes. Investe desde o IPO, é consolidadora e está em mercado enorme; tem bom track record
Empresas não estão baratas, mas preço de HAPV e GNDI está no mesmo nível no anúncio da fusão
Energia
Enxergam setor de energia e saneamento com restrição
Transmissão -> competição forte
Distribuição -> M&A já aconteceu
Geração -> risco de racionamento pela frente
Gostam de Eletrobras e Equatorial
ELET -> maior upside da carteira
Tem oferta gigante pela frente, teto psicológico de 45 – 50 reais (oferta); mesmo assim tem upside
Companhia fez turnaround sensacional, cortou custos mas ainda há muito a ser feito.
MP já foi aprovada, aguarda trâmites burocráticos: cálculo da outorga (já foi testado em várias companhias antes)
Oportunidade -> redução do custo de capital
Redução de custo pode ser por volta de 40% – 50% e ainda fica com custo acima de peers
Prejuízo fiscal e passivo relevante (empréstimo compulsório)
EQTL -> ativo mais premium do setor, nunca está barata mas sempre está gerando valor
Entrou bem em transmissão (hoje é 20% do valor da companhia)
Empresas distribuidoras privatizadas da Eletrobras -> 25% do valor da Equatorial
Saneamento -> grande oportunidade e Equatorial é a listada mais vocal de interesse de entrar no saneamento
Guilherme Lucas (XP) conversou com Claudio Delbrueck (Solana), Marcelo Cavalheiro (Safari) e Paulo Ghedini (Perfin)
Perfin -> fundo long Only, com horizonte de 2 – 3 anos de investimento
Safari -> estratégia única (long bias)
Havia expectativa de reabertura mais cedo e agora sim deve acontecer a reabertura. Mesmo com reabertura parcial não houve aumento de internações
Safari acredita que setores que mais sofreram deve performar bem, como varejo físico e moda (LREN/SOMA/SBFG). Gostam de Azul e CVC (líder inconteste do mercado de turismo no Brasil)
Locadoras de veículos estão com problema de falta de veículos.
Empresa que tem duration longa está sofrendo com essa alta de juros
Empresas que sofrem com reabertura: quem se beneficiou muito (seguradoras, por menor sinistralidade; comércio eletrônico, não vai ter queda mas deve crescer menos) e setores mais defensivos (se premissa macro for verdadeira, como saúde/telecom/elétricas)
Solana -> gosta de Copel, commodities (aço e petroquímico) e shopping centers
Perfin -> gosta de Arezzo, reduziram elétricas e PCAR; procuram empresas com drivers próprios para não depender unicamente do macro
Oportunidades mercado -> Safari gosta da fusão Hering/Soma. Hering gerou caixa nos últimos 10 anos mesmo com gestão ruim. Com fusão deve melhorar gestão; gosta de Vamos e Armac; Solana gosta de Usiminas (2x EV/EBITDA), Copel (4.4x EV/EBITDA, 6.2x P/E, div yield 12%); Perfin tem CESP, Via Varejo, BRDT – alavancagem operacional)
Foque em comprar empresas boas, Safari gosta de turnaround
Davi Fontenele (XP) conversou com Ary Zanetta (Brasil Capital), Cassio Bruno (Moat) e Alexandre Martin (Módulo)
Invista bottom up, mas se preocupe de maneira top down
Módulo tenta encaixar empresas em módulos que elas reajam de maneira diferente a vários cenários econômicos (proteger o downside). 2 principais módulos: value e qualidade. Outros são: defensivo (dividendo yield elevado ou receita garantida por contrato), societário (materialização de eventos, como PCAR/ALSO)
Módulo gosta de Vale, já comprou BERK para não ficar exposto a Brasil
Tomar cuidado em não entrar em value trap
Pablo Spyer conversou João Braga (Encore Asset)
Proposta é gerar edge com tecnologia
Está trabalhando com dados alternativos (inteligência de dados) para aumentar o que consegue ver, está coletando 15 GB de dados diariamente
Em Ecommerce tem dado alternativo que corrobora tese de MELI/VVAR
ESPA -> retorno marginal de loja nova é muito alto, incentivando o crescimento. Fazem geo referência para ver competição com players
Dado de voo é público, mas morre após pousar. Estão acompanhando para tomar decisões em aéreas e ver M&A
Braga não é otimista com Ibovespa, medo de topo de ciclo. Está com medo de commodities e pessimista no médio prazo com bancos (no curto prazo está otimista)
Tem muita coisa barata, estão com pouco caixa
Brasil é o país da reversão à média, nunca vai ser Suíça nem Venezuela
Financial deepening deve continuar forte
Zeraram Vale por medo de queda do minério. China demonstrou um desaquecimento e ficaram preocupados.
Gostam de petróleo, 6% do fundo é PETR. Também tem PRIO
Segunda maior posição do fundo é BRDT
Ainda aposta muito em VVAR
MELI é a maior posição do fundo hoje
Tem GNDI e gosta muito de PETZ (segurar por 10 anos)
Pense na sua carteira como se fosse o primeiro dia da asset
Comprou 4% em Vamos
Beny Podlubny (XP) conversou com Carlos Woelz (Kapitalo), Marcio Appel (Adam) e Felipe Guerra (Legacy)
Nível de risco
Adam com risco mais alto desde 2016, focado no mercado americano. Teses que tinham foram aceleradas na pandemia; estão tranquilos com teses seculares e múltiplos baratos. Gosta de Vale/Petro/ não gosta de ativos ligados à economia. Múltiplo nos EUA precisa ser mais alto, pois juro real é menor lá. Nos EUA quando a taxa de juros sobe, a bolsa sobe (pois juros subiram devido à economia estar aquecida)
Legacy otimista com mercados lá fora por entender que estímulos devem permanecer fortes no curto prazo. Estão evitando exposição à Ásia; estão em nível de risco em linha com o histórico. Juro real está sendo elevado. Quando juros caem, é ruim para moeda e bom para bolsa. Legacy prefere Petro. Mesmo com risco político, Petrobras está barata. Mercado vai migrar de bolsa para renda fixa no curto prazo
Carlos gosta de setores ligados à economia real, prefere value a growth. 2/3 da carteira é Brasil. Importante olhar inflação nos países desenvolvidos, não nos emergentes. Gosta de FMG. Não precisa de investidor entrar, companhia pode fazer recompra
Pietra Guerra (Clear) conversou com Bruno Perini e João Braga (Encore)
73% dos brasileiros usam rede social para obter informações
A média das pessoas não se interessava em investimento e redes sociais auxiliaram
Ouça outras opiniões. Se alguém diz que tem certeza, desconfie
A melhor forma de fazer um bom investimento é observar o máximo que puder. Não use rede sociais para ver apenas quem concorda contigo
Mercado de alta nasce no pessimismo, cresce no ceticismo e morrem na euforia
Não se preocupe em recuperar dinheiro com o ativo que você perdeu dinheiro
Felipe Dexheimer (XP) conversou com Taryn Silvestre (Itaú), Gabriel Raoni (IP) e Vinicius Ferreira (Opportunity)
IP investe em ações internacionais desde 2011
Taryn está no Itaú Hunter (retorno absoluto com baixa volatilidade)
Há oportunidades de capturar teses seculares de crescimento (não há no Brasil), pode ser assertivo em determinadas cadeias de valor. Investir lá fora é uma boa leitura do futuro do Brasil
Todas as empresas do mundo estão sendo disruptadas ou serão disruptadas pelas big techs
Google negocia hoje a 20x P/E, enquanto LREN está a 40x. Faz sentido?
Estudar Charles Schwab ajuda a entender a tese da XP