Daniel Caldeira (gestor MGFF11) conversou com Rafael Selegatto (IRDM11 – 20/abr/20) e eu, junto com Guilherme Carter e Marco Saravalle, conversamos com Rafael no dia 4/jun/20
Histórico
Iridium foi criada em março/18, mas Selegatto já tocava antes os fundos de CRI e crédito da Fator
Criaram o IRDM11 e tinham consciência de que captar muito e deixar dinheiro em caixa prejudicava os cotistas. Decidiram então fazer ofertas pequenas e mais frequentes para captar quando entenderem que há necessidade.
Fazem 476 para dar maior velocidade e possuem direito de preferência previsto em regulamento (ao contrário dos fundos da Kinea)
Alocar em FIIs ou CRIs?
IRDM pode alocar em ambos. De maneira geral, em momento positivo alocar em FIIs. Em momento negativo alocar em CRIs
Selegatto não quis criar um FoF na Iridium, quis focar no IRDM11.
Crise
O que sofreu muito foram FIIs (IFIX caiu 35%) e CRIs ultra high grade
Hoje o fundo possui 63 CRIs e 33 FIIs, sendo que o maior CRI representa 3% do fundo
Sempre procuraram diversificação de setor/indexador/tipo, o que ajuda neste momento de crise
Até o momento, apenas 3% da carteira está pedindo para renegociar pagamento/prazo/etc.
Não enxerga problema estrutural nas empresas em que possui CRI, há uma dificuldade pontual por causa do coronavirus. Se houvesse um problema estrutural, o CRI não deveria ter sido feito ou deveria ter mais colateral
HCTR11
Está desde o começo do fundo, acompanha no detalhe as alocações deles e enxerga como um CRI gigante. Faz sentido pagar a taxa de gestão e performance para ter gente cuidando dos CRIs
Mercado
O que vimos foi uma crise de liquidez, principalmente nos fundos com resgate diário. Eles tiveram de vender ativos a qualquer preço, pois não havia comprador. Mostrando performance negativa acabaram chamando mais resgate, gerando uma espiral negativa
Quem mais sofreu neste estresse foi empresa high grade
FII de CRI não tem resgate, então não foi obrigado a vender. Compraram CRI high grade no mercado secundário, high yield no primário e FIIs no secundário
Histórico
Criaram o IRDM para replicar a estratégia do VRTA11. No Fator eles tinham um FoF (FIXX11), um dos primeiros FoFs do mercado.
FoF é como um FIA, surfa em mercados positivos. FII CRI é como um fundo de crédito, entrega uma renda mais recorrente.
O ponto é que no médio/longo prazo era melhor ter as duas estratégias de maneira consolidada: um FII poder comprar CRIs e também FIIs
Da mesma maneira decidiram diversificar o indexador dos CRIs para não ficar sofrendo com queda do IGP-M, etc
Alocações recentes em FIIs
Quebram em 3 caixas
Gestão de caixa -> FII com baixa volatilidade; é melhor comprar FII que deixar em LFT (pois paga imposto)
CRI travestido de FII -> DMAC, por exemplo
Oportunista -> foco era ganho de capital. Desinvestiu de uma parte, não quer carregar para o longo prazo
CRI
É um produto de longo prazo e com liquidez limitada, é necessário montar a posição pensando no longo prazo. Gosta de ter diversificação pois inevitavelmente irá ter um problema no futuro, que ele seja pequeno e controlável.
É uma gestora de crédito, gosta de comprar/vender no mercado secundário. Obviamente tudo dependendo do preço
Timing
IRDM11 tinha acabado de captar dinheiro para alocar em CRIs mas o mercado de Fiis estava mais atrativo.
Houve remarcação em CRIs, de maneira bem menor à queda dos FIIs no mercado secundário (-35% a -40%). Foco foi primeiro em galpão, depois em shopping, depois em laje corporativa e depois em FII CRI.
Já desinvestiu de alguns FIIs, está realocando em outros FIIs e comprando CRIs
Marcação a mercado
Quem faz é o administrador. Como CRI possui liquidez limitada, é difícil de marcar o ativo.
O que normalmente fazem é travar o prêmio de quando o CRI foi emitido (se foi emitido a IPCA + 6% e NTNB equivalente era 4% + IPCA, prêmio é 6% – 4% = 2% ou 200 bps) e flutuar o preço do CRI de acordo com a variação da NTNB
Se há negociação no mercado secundário, atualiza o spread de crédito
A marcação a mercado às vezes fica defasada, mas é caso a caso
Já vimos uma forte evolução no mercado de debêntures e podemos esperar uma evolução na mesma direção em CRIs no futuro.
Carteira
Selegatto ficou positivamente surpreso com a resiliência da carteira. Até o momento apenas 5% está sofrendo renegociação
Selegatto entende que bons negócios irão sobreviver e a crise acaba acelerando o processo de encerramento de algumas companhias que já sofriam antes.
Tendo conforto com a companhia, ele não vê problema em renegociar/discutir o crédito
Short em FIIs
Selegatto ouve essa discussão desde 2013.
Arbitrar FIIs é uma ótima oportunidade de upside para o gestor
Novas captações
Só capta quando tiver conforto em alocar rapidamente
Mercado
Taxas de emissões de CRIs estão boas, tanto de empresas de menor porte quanto de maior porte
Alguns FIIs já estão nos preços corretos (principalmente os mais líquidos), outros não
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Um comentário em “IRDM11”