Stockpickers #18

Thiago Salomão conversou com Frederico Trajano (Magazine Luiza), Guilherme Benchimol (XP) e Mauricio Bittencourt (Velt)

Guilherme Benchimol

Começou a XP em 2001. A proposta inicial era dar aulas para atrair clientes iniciais e eles posteriormente investirem com a XP.

O foco da aula era análise técnica, por ser mais fácil de explicar. Pensaram inclusive em fazer uma faculdade. O ensinamento foi montar as coisas de acordo com o que acontecia.

Era mais fácil convencer as pessoas a aprender que a investir. Gaúcho era desconfiado.

Com a eleição do Lula, perceberam que depender exclusivamente de renda variável era algo perigoso. Diversificaram a operação e posteriormente copiaram a Charles Schwab

Escobar (General Atlantic) diz que observa o que está acontecendo nos EUA e espera, pois uma hora irá vir para o Brasil

A história completa está no livro abaixo.

O que precisa ser feito agora?

Antes o investidor deixava o seu dinheiro na renda fixa e não tinha dor de cabeça. Hoje ele precisa tomar risco para compensar a queda de rentabilidade na renda fixa, o que acaba gerando uma maior demanda para a renda variável

Guilherme aprendeu que se ensinar alguém a investir melhor, a pessoa vai ganhar 1 – 2% a mais (não é grande coisa). Mas se ensinar ações e mostrar que ela pode ganhar 5% em um dia, é plausível

XP vai passar o Itaú em valor de ativos?

Benchimol acredita que ocorre em breve

Banco é especializado em banking, não em investimento

A maior oportunidade é não usar linguagem técnica, e sim deixar a empresa com uma cara (gera uma conexão)

Bancos carregam custo fixo muito alto, o que dificulta eles a abdicarem a cobrança de taxas. Eles precisam se reinventar e Itaú está liderando.

Sonho grande

Inverter mercado financeiro: pessoas vão para a XP antes de irem aos bancos

Atuação em redes sociais

Não querem vender produto, querem mostrar a história do Benchimol. Que é possível dar certo sem apoio de ninguém e sem usar artimanhas. Gerar empatia com a marca

Carteira Benchimol

Alaska, XP Investor FIA, XP Long Bias, Atmos (total de 50% do dinheiro em ações)

Como ele não tem tempo para estudar ações específicas, ele aloca em FIA

Possui COE (2x S&P 500)

Frederico Trajano (XP)

Trabalhou como sell side no Deustche Bank, depois foi para uma empresa de private equity e finalmente para a Magazine Luiza que montou o ecommerce em 2000.

Nunca quis separar o físico do digital pois acreditava que os dois juntos era o único modelo que ia dar certo. Varejo já tem margem baixa. Separar as coisas fica mais difícil de entregar uma margem boa.

Na época de analsita sell side, ele não acompanhava Arapuã mas comentava que valia a pena comprar pois: (i) tinha uma equipe boa; (ii) marca forte; (iii) era líder de mercado. Mas ele nunca tinha visto o balanço da companhia (e ela quebrou).

Aprendeu na prática a ser crítico em relação ao rótulo.

IPO

É bom para captar dinheiro mas é cansativo. Frederico aprendeu também a conveersar com vários gestores e ter insights com eles.

MGLU vs peers

Magazine Luiza tem disciplina estratégica, é o único ecommerce que dá lucro no Brasil, cresce gerando caixa e desenvolve tecnologia.

Você não pode depender dos outros para te servirem tecnologia, a empresa digital precisa desenvolver a sua própria tecnologia.

Netshoes

Cresceu bastante, é um ecommerce puro. Mas o custo do transporte e de manter o estoque são muito altos.

No caso da Magazine Luiza fizeram o pick from store. O caminhão já vai para a loja, entregar uma peça a mais tem custo marginal muito baixo

Como começar a transformação digital

Não dá pra fazer tudo ao mesmo tempo.

Comece com um problema específico e tente endereçar este problema. O cliente ficará feliz que você resolveu este problema e depois procure a próxima dor do cliente.

Momento mais difícil da companhia

Em 2008 Lehman quebrou e estavam abrindo 50 lojas ao mesmo tempo . Tiveram problema de caixa, perderam a Ponto Frio para o Pão de Açúcar

Amazon

Nunca foi bem sucedida em países emergentes. Aqui no Brasil temos uma logística ruim e impostos altos.

Uma alternativa seria fazer uma aquisição.

Ele entende que o seu principal concorrente hoje é o Mercado Libre

MGLU já passou for um forte ciclo de invstimento, agora é hora de fazer investimento em tecnologia (menos capital intensivo)

Mauricio Bittencourt (Velt)

Todo mundo sabe fazer valuation, está cada vez mais difícil ter um diferencial

Mauricio entende que o diferencial é identificar o futuro. Futuro não é facilmente identificável, então um paliativo seria se expor a pessoas que conseguem efetivamente executar o plano.

Ele procura por pessoas que conseguem “fazer mágica”. Todo setor inevitavelmente irá passar por um momento desafiador e nem todos conseguem sair dele

É importante saber ler as pessoas e saber se consegue confiar nelas ou não. O que motiva as pessoas?

Ao conhecer os negócios, você consegue fazer as perguntas certas

Macro

Sim, o macro influencia. Não dá para negar isso.

O que fizeram nos últimos anos de crise foi subir a barra ao realizarem investimentos

Cliente

Quem manda agora é o cliente, é muito importante conhecer bem ele e atender o cliente

HGTX

Mauricio gosta de investir em empresas com executivos competentes e jovens.

Acredita na capacidade de Tiago mudar o negócio

HAPV

Temos um problema estrutural de saúde no Brasil e Hapvida pode ser uma solução

Qual o racional de sair de um ativo?

Sair é mais difícil que entrar. Você precisa comparar fundamento x preço atual. Quando há um descasamento grande, é melhor sair

Quando o estrutural muda, é mandatório sair

Clique aqui para ler sobre os Stockpickers #16 e #17

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