Thiago Salomão e Renato Santiago conversaram sobre o setor elétrico com Gabriel Francisco (XP), Matheus Amorim (Navi) e Bernard Holcman (Ibiuna)
Empresas favoritas
Gabriel -> ENBR, CPLE, SAPR
Matheus -> EQTL, ELET, ENBR
Bernard -> ELET, CESP, SAPR
Como avaliam as empresas no setor
Bernard compara como as empresas entraram e como elas devem sair da crise (em termos de alavancagem, management, faturamento).
Matheus está com dúvidas sobre a capacidade de as empresas conseguirem coletar o dinheiro que não foi cobrado por 90 dias.
Divisão setorial
Geração -> produz energia -> TIET, CESP, ENEV, OMGE; há risco hidrológico
Transmissão -> transporta energia -> TAEE, TRPL, ALUP; há risco de obra e de financiamento
Distribuição -> leva a energia ao consumidor final -> NEOE, EQTL, ENGI; há risco de inadimplência e furtos
E há empresas que atuam em vários segmentos
Saneamento
Segmento não é previsível. Se investe muito e só há rentabilidade quando ocorre uma revisão tarifária justa (com aumento relevante da tarifa). Além disso, pagam pouco dividendo.
Elas são estatais (estão subordinadas ao governo estadual) e revisão tarifária deve coincidir com eleições estaduais, aumentando o risco especifico.
Antes da crise a proposta era melhorar a regulação do setor, levando a um nível nacional (como as elétricas). Passou na Câmara dos Deputados, falta o Senado.
Olham bastante o EV/RAB
SAPR negocia a 0.55x EV/RAB, enquanto empresas ruins de energia estão a 0.9x EV/RAB e empresas boas a 2x EV/RAB
Distribuição
A possível perda de receita é relevante e algumas empresas podem ter problema de caixa. Quem tem margens piores deve sofrer mais (CMIG, CPLE, LIGT mg EBITDA gira em torno de 10%).
O Governo deve pagar/compensar a tarifa social, mas o desafio é o resto.
Isso inevitavelmente deve ser repassado às tarifas, mas Aneel não quer que tarifas subam muito. Há várias contas do setor que podem ser utilizadas para mitigar este problema.
Observam também diferenças entre o perfil do consumidor: mais difícil (EQTL, ENGI, LIGT), menos difícil (CPFL, ENBR)
Casos específicos
ELET -> empresa mais barata do setor, se não privatizar vale 2x o valor atual; se privatizar vale 3x – 4x; não há risco de receita nem de custo. Tem dinheiro a receber de RBSE, Itaipu e de outras empresas
Conseguiu desinvestir das distribuidoras, vai ter geração de caixa sólida e deve parar de fazer alocações ruins de caixa: maiores salários para funcionários e investimentos ruins
Preço voltou para quando o atual presidente entrou na companhia
EQTL -> empresa premium
ENBR -> fez bons investimentos, como Celesc e transmissão; está desalavancada
SAPR -> barata, mas possui risco específico do Governo do Paraná
ALUP -> muita obra de transmissão acontecendo (que até agora não foi impactada)
CSMG/CMIG -> depdendem de privatização, mas como caíram muito privatização pode ser um impeditivo (Cemig ainda tem alavancagem alta).
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