Sonho de Thiago Salomão, ele faz uma entrevista com Luis Stuhlberger.
A conversa não foi sobre ações em si, mas sim mostrar a visão do Stuhlberger e do Luis Parreiras (trabalha na previdência do Verde).
Brasil
As pessoas esquecem a dificuldade estrutural do Brasil na década de 1980. País não tinha reservas cambiais, Petrobras produzia 10% da necessidade de consumo próprio (proalcool foi um imposição do governo), tínhamos várias crises cambiais e uma inflação crônica.
O plano real salvou (após várias tentativas de corrigir o país). Leia o livro abaixo para ter uma noção da história recente do Brasil.
Durante o Regime Militar houve o desenvolvimento do interior do Brasil (um país tipicamente litorâneo). O bolo cresceu e beneficiou os mais ricos.
Em 1989 houve a nova Constituição Brasileira, muito influenciada pela queda do muro de Berlim. E criaram uma nova proposta: vamos dividir o bolo, depois vamos crescer ele.
Stuhlberger lembra que não há paralelo no mundo em termos de crescimento de gastos (6% ao ano) como ocorrido no Brasil. A coleção da ditadura é muito boa. Ainda não li todos os livros.
Lula migrou 70 milhões de pobres para a classe C. E sim, vários empresários ganharam com isso.
Mas o problema do PT foi subir salário sem investir na trindade: educação, saúde e infraestrutura.
O equivalente seria jogar toneladas de água no deserto: no começo parece que está molhado, mas seca. Não importa o quanto jogar, não haverá mudança em termos efetivos.
A grande vitória hoje é não depender mais de dinheiro público e, com aprovação da reforma da previdência, não ter mais o gasto explosivo.
Nota-se que a depedência de SP ao Governo Federal é menor e economia está mais pujante. Outros estados como RJ e RS estão em dificuldade maior.
Mas o Brasil não está ok, ainda há muita coisa a se resolver.
Dólar
Inegavelmente estamos vivendo uma nova realidade de juros baixos. E o juro alto, que era um freio para a alta do dólar, pode passar a ser um acelerador.
Na visão do Parreiras, o valor justo do dólar é 4, olhando para o diferencial de juros e pelo caráter de dólar forte frente às outras moedas no mundo.
América Latina com vários protestos (não esperados pelo consenso) e muitas empresas trocando dívida em USD por BRL (mercado de renda fixa local cresceu bastante e agora absorve dívidas grandes como 1 bilhão de reais).
Mercado financeiro
Não é composto apenas por pessoas ruins/que querem se dar bem encima dos outros. Trabalhe duro e tente acertar.
Investimento
Seja flexível, não tenha apego à ideia que deu certo no passado.
Verde ganhou dinheiro com juros, depois foi para a bolsa dos EUA, com dólar e agora está exposto a Brasil.
Procure sempre se readaptar, aprender novas coisas e tomar riscos diferentes.
Diferencial Verde: (i) conversas frequentes com gestores, (ii) falar com dono de companhias, (iii) saber escolher empresas boas
Verde em ações
Equatorial. Pegaram desde o começo e o turnaround foi bem sucedido.
Long ITUB/short BBDC -> Bradesco demorou para fazer catch up com Itau.
Maior dificuldade
Antes era difícil ter acesso à informação, hoje a dificuldade é interpretar a informação: (i) o que ler; (ii) conseguir analisar; (iii) consolidar com os outros.
Estratégia
O que está no mercado é consenso, não dá para ganhar dinheiro com isso. É necessário prever o futuro.
Tente não mudar de posição frequentemente.
Melhor ler o que alguma pessoa escreveu do que conversar com ela para não deixar ser influenciado.
Governo sempre terá um viés otimista, leve em conta isso.
Um comentário em “Stockpickers #32”